Práticas de pesquisa em educação ambiental em diferentes espaços institucionais - educação ambiental em Portugal: investigação sobre as práticas

Autores

  • Cecília Galvão Universidade de Lisboa; Faculdade de Ciências; Centro de Investigação em Educação

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2177-580X.v2i1p95-110

Palavras-chave:

Educação Ambiental, Etnografia, Narrativa

Resumo

A Educação Ambiental teve a sua expansão em Portugal a partir de uma proposta da UNESCO, em 1984/85, tendo envolvido vários Ministérios, Associações de protecção da natureza e escolas básicas e secundárias. Surgiu assim o projecto de Educação Ambiental para o Desenvolvimento, firmado em protocolos entre várias entidades como a Direcção Geral do Ensino Básico e Secundário e o Instituto Nacional do Ambiente, definindo-se a Educação Ambiental enquanto processo de formação orientada para a resolução de problemas, de uma forma interdisciplinar, de modo a integrar-se na comunidade e ter um carácter de educação permanente. Várias experiências foram desenvolvidas nas escolas, por vezes em ligação a universidades, e surgiram linhas de investigação com o objectivo de tornar visíveis essas experiências como exemplo de boas práticas educativas. Nesta comunicação, apresentaremos algumas dessas linhas metodológicas como os estudos de caso, os estudos etnográficos e a narrativa como as que apresentam grandes potencialidades na área de Educação Ambiental. Serão dados alguns exemplos de estudos realizados com professores em Portugal, de modo a tornar mais explícita a importância desses métodos de investigação. Tornar visíveis as experiências inovadoras é um dos melhores caminhos para contagiar para o envolvimento em projectos que se pretende constituam não apenas momentos na vida de alguém, mas, sobretudo, constituam mudanças de atitude para toda uma vida. Há hoje a noção de que para criar qualidade de vida, no sentido pessoal e colectivo, é indispensável a participação de todos, mas numa perspectiva ecocêntrica e não antropocêntrica. Alertar as crianças e os jovens para a importância do seu comportamento e intervenção na gestão dos recursos, torná-los sensíveis ao que se passa à sua volta, aprendendo a discutir e a dar argumentos que fundamentem a sua opinião, é educar para o ambiente e a sustentabilidade. Daí a importância de os currículos escolares incluírem estas problemáticas. Como professores e investigadores, temos uma grande responsabilidade, educar, tornando visível o que se faz para mostrar que é possível fazer mais e melhor, mas, sobretudo, despertar consciências para que os próprios alterem comportamentos indesejados.

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Publicado

2007-06-01

Edição

Seção

nd1339246362