Os temas controversos na educação ambiental

Autores

  • Pedro Rocha dos Reis Universidade de Lisboa; Faculdade de Ciências; Centro de Investigação em Educação

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2177-580X.v2i1p125-140

Palavras-chave:

Controvérsia, Educação Ambiental, Educação em Ciência

Resumo

Vários autores acreditam que a discussão de questões controversas na sala de aula se revela extremamente útil quer na aprendizagem dos conteúdos, dos processos e da natureza da ciência e da tecnologia, quer no desenvolvimento cognitivo, social, político, moral e ético dos alunos (CACHAPUZ, PRAIA, PAIXÃO e MARTINS, 2000; MILLAR, 1997; NELKIN, 1992; REIS e PEREIRA, 1998; ZEIDLER e LEWIS, 2003). Estas opiniões têm sido apoiadas por diversas investigações (DORI, TAL e TSAUSHU, 2003; REIS, 1997, 1999, 2001; SADLER e ZEIDLER, 2004; SOLOMON, 1992; ZOHAR e NAMET, 2002). Apesar de todas as evidências empíricas das potencialidades educativas da discussão de questões controversas, estas actividades não fazem parte das experiências educativas da maioria das aulas de ciências, mesmo quando as questões controversas integram os conteúdos curriculares. Diversos factores inerentes à própria discussão, aos professores, aos alunos e a antipatias do sistema educativo desencorajam a utilização desta metodologia na sala de aula (LEVINSON e TURNER, 2001; MCGINNIS e SIMMONS, 1999; MITCHENER e ANDERSON, 1989; NEWTON, 1999; REIS, 2001, 2004; REIS e GALVÃO, 2004, 2005; SIMMONS e ZEIDLER, 2003; STRADLING, 1984). No entanto, conforme se discute neste artigo, as fortes convicções pessoais dos professores relativamente à importância da discussão de controvérsias em contexto de sala de aula, associadas à robustez do conhecimento de conteúdo disciplinar e do conhecimento didáctico sobre os alunos, as finalidades do ensino das ciências e as estratégias mais adequadas à concretização deste tipo de actividade, facilitam a ultrapassagem dos obstáculos referidos.

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Publicado

2007-06-01

Edição

Seção

nd744062937