O artigo busca estabelecer elos entre três conceitos importantes para o entendimento do télos da educação no capitalismo tardio: a natureza, o indivíduo humano e a sociedade. A referência básica para a análise são idéias de autores da Escola de Frankfurt: Adorno, Horkheimer e Marcuse. O artigo foi escrito a partir da lógica das contraposições, explorando a interlocução dos frankfurtianos com autores de diferentes épocas, tanto modernos quanto pré-modernos. A idéia é demonstrar como, desde os primórdios, a dominação tem marcado a relação entre a natureza, a cultura e o indivíduo. O texto caracteriza o homem como ser natural-histórico para afirmar que a dominação da natureza é autodominação. Ao final, aborda-se a questão da revolta da natureza: não no sentido de uma revolta da natureza contra o homem, como se o homem não fosse ele próprio um ser natural, mas revolta de uma natureza reprimida por uma sociedade que só exige renúncia e sacrifício. É nesse ponto que se estabelecem pistas para o entendimento do télos da educação: acirrar as contradições entre o indivíduo e a totalidade funcional e manter acesas as possibilidades de resistência e de rebelião.