“Fotografia é a destruição da história”: Flusser e a vitória da memória sobre a história na era das imagens técnicas

Autores

  • Marcio Seligmann Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem

DOI:

https://doi.org/10.11606/1982-883721331

Palavras-chave:

deserdados, Bodenlosigkeit, imagens técnicas, sobreviver.

Resumo

Resumo: Para Vilém Flusser as imagens técnicas são como “aspiradores de pó” que sugam toda a história: elas aceleram o tempo e transformam o todo em imagens congeladas. Trata-se para ele de uma imagem que contém a realização de uma redenção judaico-cristã. As imagens técnicas permitem a superação do que ele via como a clausura do mundo histórico, marcado pela textolatria. Elas permitem remontar ludicamente o universo a partir de sua decomposição imagética, como se as imagens (constituídas de “calculi”, pixels) fossem pedras de lego. O trabalho apresenta essa escatologia mística judaica de Flusser sobre as imagens mágicas redentoras, levando em conta também o seu credo (que ele também considerava judaico), segundo o qual, ao invés de pensarmos na imortalidade das almas deveríamos apostar que “sobreviveremos na memória dos outros”. Que memória seria essa e o que significaria sobreviver em um mundo pós-histórico, esvaziado de sua visão temporal, são algumas das questões que o texto desenvolve. Comparando com algumas ideias e conceitos de Walter Benjamin, o texto procura mostrar como Flusser procurou responder à demanda benjaminiana segundo a qual o surgimento de novas técnicas impõe-nos repensar o que a morte e o amor seriam hoje em dia.

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Publicado

2017-11-23

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

“Fotografia é a destruição da história”: Flusser e a vitória da memória sobre a história na era das imagens técnicas. Pandaemonium Germanicum, São Paulo, v. 21, n. 33, p. 1–15, 2017. DOI: 10.11606/1982-883721331. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/140839.. Acesso em: 28 mar. 2024.