Fundamentos kantianos da filosofia da linguagem de Walter Benjamin

Autores

  • Rafael Guimarães Tavares da Silva Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/1982-8837223651

Palavras-chave:

Benjamin, Kant, filosofia da linguagem, teoria da tradução

Resumo

Partindo de considerações sobre os escritos precoces que Benjamin dedicou à questão da linguagem – sem descuidar de outros escritos do mesmo período –, pretendemos sugerir a importância que a reflexão de Kant teve para a formulação de seu pensamento linguístico. Nesse sentido, voltamo-nos principalmente para a Segunda Parte da Crítica da Faculdade de Juízo, na qual é desenvolvido e trabalhado o importante conceito de “Zweckmässigkeit” (“conformidade a fins”), sobretudo a partir de uma reflexão sobre a perfeição da natureza, em sua dimensão teleológica. Benjamin retoma esse conceito e – elaborando uma série de imagens sobre a dimensão natural da linguagem, na linha do que propunha um pensador como Humboldt – desenvolve uma filosofia da linguagem a um só tempo natural e teológica. Depois de demonstrar textualmente a existência dessa relação entre a Faculdade do Juízo Teleológica de Kant e a filosofia da linguagem do jovem Benjamin, pretendemos sugerir que este último cede àquilo que o filósofo de Königsberg considerava a ilusão natural da razão, pois, ao postular uma “afinidade meta-histórica entre as línguas”, fundamentada no conceito suprassensível de “die reine Sprache” (“a língua pura”), Benjamin aborda algo que escapa à possibilidade de experiência humana e propõe desdobramentos dogmáticos a partir daí.

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Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

SILVA, Rafael Guimarães Tavares da. Fundamentos kantianos da filosofia da linguagem de Walter Benjamin. Pandaemonium Germanicum, São Paulo, Brasil, v. 22, n. 36, p. 51–66, 2019. DOI: 10.11606/1982-8837223651. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/151429.. Acesso em: 25 abr. 2024.