Es ist am regnen – Es tut regnen: investigação do processo de replicação funcional no Hunsrückisch como fenômeno linguístico-contatual

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1982-8837264985

Palavras-chave:

contato linguístico português-alemão, perífrase estar gerúndio, am-progressivo, tun-progressivo, replicação funcional

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar os resultados iniciais da possível influência da perífrase estar+gerúndio, do português, sobre a realização da progressividade no Hunsrückisch. Embora os processos de mudança e variação linguística não se limitem àqueles causados por situações de contato linguístico, este estudo enfoca processos motivados, pelo menos em parte, pelo contato linguístico, em particular, o processo de realização da progressividade. Ao mesmo tempo, pretende-se proporcionar um panorama das construções mais utilizadas pelos falantes de Hunsrückisch contemporâneo no Brasil para a realização da progressividade nessa variedade linguística: o tun-progressivo e o am-progressivo, argumentando a favor da hipótese de que o uso mais frequente dessas construções tem, entre suas motivações, o contato linguístico com o português local bem como a situação de bilinguismo decorrente desse contato e a possível influência da perífrase estar+gerúndio – que teria suas funções replicadas pelos falantes dessa variedade dialetal da língua alemã. Essa replicação de funções sintáticas pode ser explicada através do processo de replicação funcional, baseado no conceito de construções-réplica (Replika-Konstruktionen) proposto por Heine & Kuteva (2005) e no processo de pattern replication, proposto por Matras (2020). Para verificar essa hipótese, parte-se da análise do uso atual do tun-progressivo e do am-progressivo por falantes de Hunsrückisch bem como da análise do uso dessas construções em cartas pessoais escritas por imigrantes alemães e seus descendentes nos séculos XIX e XX, a partir de dados orais e escritos do projeto ALMA-H e do subprojeto ALMA-Histórico. Este artigo representa, assim, uma contribuição para os estudos do plurilinguismo e dos contatos linguísticos no âmbito do projeto ALMA-H.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALTENHOFEN, Cléo. Hunsrückisch in Rio Grande do Sul. Ein Beitrag zur Beschreibung einer deutschbrasilianischen Dialektvarietät im Kontakt mit dem Portugiesischen. Stuttgart: Steiner, 1996, 444.

ALTENHOFEN, Cléo. Standard und Substandard bei den Hunsrückern in Brasilien: Variation und Dachsprachenwechsel des Deutschen im Kontakt mit dem Portugiesischen. BÜRING, Daniel; LENZ, Alexandra N.; RITT, Nikolaus (Org.): German Abroad: Perspektiven der Variationslinguistik, Sprachkontakt und Mehrsprachigkeitsforschung. Göttingen: V&R unipress, 2016, 103-129.

ALTENHOFEN, Cléo. Stützung des Spracherhalts bei deutschsprachigen Minderheiten: Brasilien. In: Ammon, Ulrich; Schmidt, Gabriele (Org.). Förderung der deutschen Sprache weltweit. Vorschläge, Ansätze und Konzepte. Berlin: De Gruyter, 2019, 531-551.

ALTENHOFEN, Cléo; MORELLO, Rosângela et al. Hunsrückisch: Inventário de uma Língua do Brasil. Florianópolis: Garapuvu, 2018.

ALTENHOFEN, Cléo; STEFFEN, Joachim; THUN, Harald. Cartas de imigrantes de fala alemã: pontes de papel dos hunsriqueanos no Brasil. São Leopoldo: Oikos, 2018.

ALTENHOFEN, Cléo Vilson; THUN, Harald. As migrações e os contatos linguísticos na geografia linguística do Sul do Brasil e Bacia do Prata. In: A geolinguística no Brasil: caminhos percorridos, horizontes alcançados. Londrina: Eduel, 2016, 371-392.

BERTINETTO, Pier Marco. The progressive in Romance, as compared with English. In: Tense and Aspect in the Languages of Europe. Berlin: De Gruyter Mouton, 2008, 559-604.

DUDEN GRAMMATIK. Duden. Die Grammatik, v. 7, 2005.

EBERT, Karen H. Progressive markers in Germanic languages. In: Tense and aspect in the languages of Europe. Berlin: De Gruyter Mouton, 2000, 605-654.

ELSPAß, Stephan. Sprachgeschichte von unten. Untersuchungen zum geschriebenen Alltagsdeutsch im 19. Jahrhundert, Tübingen: Niemeyer, 2005.

EMMEL, Ina. “Die kann nun nich’, die is’beim treppenputzen”: O progressivo no alemão de Pomerode-SC. Tese (Doutorado em Linguística) - Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.

FISCHER, Annette. Diachronie und Synchronie von auxiliarem tun im Deutschen. In: Zur Verbmorphologie germanischer Sprachen. Halle: Max Niemeyer Verlag, 2013, 137-154.

FLICK, Johanna; KUHMICHEL, Katrin. Der am-Progressiv in Dialekt und Standardsprache. Jahrbuch für germanistische Sprachgeschichte, v. 4, n. 1, 52-76, 2013.

HABEL, Jussara M. O contínuo standard-substandard do alemão no contato entre hunsriqueanos, pomeranos e boêmios em Nova Petrópolis – RS. 2022. Tese (Doutorado) – Curso de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2022.

HEINE, Bernd; KUTEVA, Tania. Language contact and grammatical change. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

KAKHRO, Nadja. Die Schweizer Wenkersätze. Linguistik online, v. 24, n. 3, 155–169, 2005.

KOCH, Peter; OESTERREICHER, Wulf. Sprache der Nähe—Sprache der Distanz. Mündlichkeit und Schriftlichkeit im Spannungsfeld von Sprachtheorie und Sprachgeschichte. Romanistisches Jahrbuch, v. 36, n. 1, 15-43, 1985.

LANGER, Nils. Linguistik Purism in Action – How auxiliary tun was stigmatized in Early New High German. Studia Linguistica Germanica 60. Berlim/Nova Iorque: Walter de Gruyter, 2001.

MASELKO, Mateusz. Das Tempus-Modus-System des Riograndenser Hunsrückischen. Mestrado (Dissertação), Universität Wien, 2013.

MATRAS, Yaron. Language contact. Cambridge University Press, 2020.

PREDIGER, Angélica. Topodinâmica do alemão falado em comunidades de imigração do norte da boêmia no Brasil. 2019. Tese (Doutorado) – Curso de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.

RIEHL, Claudia Maria. Sprachkontaktforschung (narr STARTER). Tübingen: Narr Francke Attempto Verlag, 2018.

SCHNEIDER, Katrin. Paläographie und Handschriftenkunde für Germanisten: Eine Einführung. 3. Auflage. Berlin: Walter de Gruyter & Co KG, 2014.

SCHWARZ, Christian. Die tun-Periphrase im Deutschen. Dissertação de Mestrado apresentada na Ludwig-Maximilians Universität, Munique, 2004.

STEFFEN, Joachim. Einblicke in einen Sprachwechsel in Zeitlupe: Phasen des deutsch-portugiesischen Sprachkontakts in Südbrasilien in Briefen aus zwei Jahrhunderten. In: BÜRING, Daniel; LENZ, Alexandra N.; RITT, Nikolaus (Org.). German Abroad: Perspektiven der Variationslinguistik, Sprachkontakt-und Mehrsprachigkeitsforschung. Göttingen: V&R unipress, 2016, 131-157.

THOMASON, Sarah G. Language contact. Edinburgo: Edinburgh University Press, 2001.

THUN, Harald. La geolingüística como lingüística variacional general (com ejemplos del Atlas lingüístico Diatópico y Diastrático Del Uruguay). In: RUFFINO, Giovanni (Org.). International congress of romance linguistics and philology, v. 5. Tübingen: Niemeyer, 1998, 701-729.

THUN, Harald. Variety complexes in contact: A study on Uruguayan and Brazilian Fronterizo. In: AUER, Peter; SCHMIDT, Erich (Org.). Language and space: An International Handbook of Linguistic Variation. Vol. 1: Theories and methods. Berlin: De Gruyter Mouton, 2010, 706-723.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. O aspecto verbal no português: a categoria e sua expressão. EdUFU, 2016.

VAN POTTELBERGE, Jeroen. Der am-Progressiv. Struktur und parallele Entwicklungen in den kontinentalgermanischen Sprachen. Tübingen: Gunter Narr Verlag, 2004.

WOLF-FARRÉ, Patrick et al. Sprachkontrast und Mehrsprachigkeit. Linguistische Grundlagen, didaktische Implikationen und Desiderata. Tübingen: Narr (MLT – Multilingualism and Language Teaching), 2021.

Downloads

Publicado

2023-02-27

Edição

Seção

Dossiê: Bilinguismo luso-alemão

Como Citar

PAVAN, Claudia Fernanda Wolff. Es ist am regnen – Es tut regnen: investigação do processo de replicação funcional no Hunsrückisch como fenômeno linguístico-contatual. Pandaemonium Germanicum, São Paulo, Brasil, v. 26, n. 49, p. 85–114, 2023. DOI: 10.11606/1982-8837264985. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/208719.. Acesso em: 20 abr. 2024.