A arte da infelicidade: A Pianista, de Elfriede Jelinek, entre tradição e mass-media

Autores

  • Luis S. Krausz USP; FFLCH

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1982-88372011000100006

Palavras-chave:

Literatura austríaca, Elfriede Jelinek, Franz Kafka, Império Habsburgo

Resumo

Este artigo tem como propósito a contextualização do romance A Pianista, de Elfriede Jelinek, no âmbito de uma tradição literária austríaca caracterizada pela visão crítica da sociedade e de seus conflitos, da qual fizeram parte grandes expoentes das letras deste país no período entre-guerras. Se no pós-guerra o establishment literário austríaco empenhou-se pelo estabelecimento de um consenso social por meio da difusão de uma ideologia harmonística, que visava reinstaurar elementos da sociedade habsburga na 2ª. República, o ressurgimento de uma literatura de rebeldia e estranhamento na Áustria da década de 1980 pode ser compreendido como uma reação a este projeto de restauração de um ideário anacrônico. Neste sentido, a confrontação, em A Pianista, entre Erika Kohut, sua mãe e Walter Klemmer pode ser uma representação metafórica de conflitos próprios de uma sociedade dividida entre o apego às glórias de uma tradição cultural que se deseja preservar e o assédio permanente de uma mass-media globalizada e estruturada sobre parâmetros que estão em oposição diametral a esta tradição. Ao mesmo tempo, busca-se contextualizar as visões de mundo e formas de comportamento representadas no romance no âmbito da chamada Österreich Ideologie, onde surgem como princípios de convívio social herdados da ideologia habsburga, e que permanecem como substratos parcialmente anacrônicos e parcialmente ilusórios na cultura austríaca dos anos 1980.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

2011-01-01

Edição

Seção

Literatura/ Cultura - Literatur-/Kulturwissenschaft

Como Citar

KRAUSZ, Luis S. A arte da infelicidade: A Pianista, de Elfriede Jelinek, entre tradição e mass-media . Pandaemonium Germanicum, São Paulo, Brasil, n. 17, p. 87–102, 2011. DOI: 10.1590/S1982-88372011000100006. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/38101.. Acesso em: 19 abr. 2024.