A imaginação romântica como neurose? O debate freudiano sobre o animismo e a questão do olhar em E. T. A. Hoffmann

Autores

  • Felipe Vale da Silva Universidade Federal de Goiás
  • Sabrine Ferreira da Costa Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/1982-88372238122

Palavras-chave:

Sigmund Freud, E. T. A. Hoffmann, Romantismo, animismo, antifetichismo, insólito

Resumo

O trabalho retoma a análise freudiana de Der Sandmann, presente num ensaio de 1919 que se provou paradigmático para as interpretações futuras da obra de E. T. A. Hoffmann. No dito ensaio, o pai da psicanálise faz diversos juízos sobre a construção argumentativa da novela romântica que, nos estudos literários, vêm sendo indevidamente atribuídos ao próprio Hoffmann. Seu programa estético supostamente seria aquele de um analista dos mecanismos psíquicos de suas personagens, revelando-o como um curioso conhecedor avant la lettre das teorias psicanalíticas. É como se a criação de um imaginário horripilante que caracteriza sua prosaservisse a um impulso interpretativo das áreas ocultas da psique a fim de detrair tendências irracionalistas e animistas de suas personagens. A crítica freudiana ao animismo é um dos aspectos mais contestados por estudiosos recentes como Bruno Latour e Isabelle Stengers e, por isso, retomaremos seus argumentos num segundo momento. Então, alguns de seus argumentos serão retomados em um segundo momento do artigo para que possamos voltar a Hoffmann e reinterpretar sua estética como uma defesa de certo tipo de animismo, para além dos paradigmas psicanalíticos que nunca cessaram de o ensombrar.

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Publicado

2019-06-13

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A imaginação romântica como neurose? O debate freudiano sobre o animismo e a questão do olhar em E. T. A. Hoffmann. Pandaemonium Germanicum, São Paulo, v. 22, n. 38, p. 122–141, 2019. DOI: 10.11606/1982-88372238122. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/158863.. Acesso em: 28 mar. 2024.