Estratégia geopolítica e hegemonia de classe: para uma análise materialista-histórica de política externa

[trad. de Caio Bugiato]

Autores

  • Bastiaan van Apeldoom Vrije Universiteit Amsterdam

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2017.142997

Palavras-chave:

Relações Internacionais Materialista-históricas, Geopolítica e Estrutura Social, Geopolítica Capitalista, Classe e Geopolítica, Segurança da Classe Dominante.

Resumo

Este artigo procura estabelecer os fundamentos para uma análise materialistahistórica de política externa. Embora exista uma vasta literatura marxista sobre, especialmente, o imperialismo estadunidense, é pequeno o número de pesquisas empíricas sistematizadas sobre formulação de política externa nessa perspectiva. A maioria das contribuições nessa tradição, incluindo as mais recentes do debate sobre o “novo imperialismo”, são geralmente exercícios abstratos em grande teoria – importantes e perspicazes, mas não necessariamente direcionados à pesquisa empírica. De outro lado, os estudos mais empíricos que existem sobre formulação de política externa (estadunidense) geralmente tendem a sofrer com a falta de teorização adequada. Procurando suprir essa lacuna este artigo primeiramente examina de forma crítica a atual (e crescente) literatura materialista-histórica sobre a geopolítica (e suas ligações com o capitalismo global) e então busca ir além, oferecendo uma estrutura [F]2 analítica que pode ser aplicada em pesquisa empírica. Um ponto de partida teórico é o que Harvey identifica como as lógicas territorial e capitalista de poder, dialética e intrinsicamente relacionadas. Mas considerando que muitos acadêmicos materialista-históricos concordariam com essa noção abstrata, a questão é não apenas por que mas também como (na prática) elas estão relacionadas e como podemos estudar os efeitos dessa relação intrínseca. Para tal, argumentamos que é preciso ir além de postular lógica(s) abstrata(s) e analisar a agência concreta das forças sociais que constituem o elo entre Estado e capital. Argumentamos que a classe é a força crucial de mediação e o elo perdido da literatura. Enfocar a classe e a estratégia de classe nos proporciona uma base para análise empírica e sistemática de processos concretos mediante os quais estratégias geopolíticas dos Estados capitalistas (a maioria) são formuladas e implementadas.

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Biografia do Autor

  • Bastiaan van Apeldoom, Vrije Universiteit Amsterdam

    Bastiaan van Apeldoorn é professor associado em Relações Internacionais no Departamento de Ciência Política e Administração Pública da Vrije Universiteit, Amsterdã. Ele é membro-fundador do Elite Power  Investigations Centre (EPIC) e chair do Centro de Pesquisa para Economia Política Internacional de Amsterdã (ARCIPE). Sua pesquisa se concentra no papel da classe e do poder das elites na economia política global e europeia e na geopolítica contemporânea.

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Publicado

2017-11-24

Edição

Seção

Dossiê: "Relações Internacionais: objeto e fronteira das ciências sociais?"

Como Citar

Estratégia geopolítica e hegemonia de classe: para uma análise materialista-histórica de política externa: [trad. de Caio Bugiato]. (2017). Plural, 24(2), 135-160. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2017.142997