A virada interpretativa na metodologia de pesquisa de Clifford Geertz e Quentin Skinner

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2021.169928

Palavras-chave:

Virada interpretativa, Contextualismo linguístico, Descrição densa, História das ideias, Antropologia

Resumo

De preocupação teórica e de tratamento metodológico bibliográfico, este trabalho busca debater a influência dos pressupostos da virada interpretativa das ciências sociais nos anos 1960 nos postulados metodológicos de Clifford Geertz e Quentin Skinner. A análise revela uma série de profundas afinidades: o combate aos discursos positivistas hegemônicos de seus períodos, o resgate das lições dos teóricos compreensivos do século XIX reformuladas pelas contribuições da filosofia da linguagem, o afastamento das radicalizações contra o ideal da ciência em relação a outros interpretativistas e, finalmente, a proposição de projetos intencionalistas, contextualistas e interpretativistas de análise de seus objetos. Esses projetos estão fundamentalmente sedimentados nas propostas metodológicas da descrição densa, para a antropologia, e do contextualismo linguístico, para a história das ideias.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Bruno Veçozzi Regasson, Universidade Federal de Santa Catarina

    Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Maria, Mestrando em Sociologia e Ciência Política na Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é Bolsista CNPq e integra o Núcleo de Estudos do Pensamento Político (NEPP) da UFSC. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Pensamento Político Brasileiro e História do Pensamento Político.

Referências

COAN, Isadora Cristina de Melo (2010). Interpretando uma alternativa: Considerações sobre a virada interpretativa nas ciências sociais entre as décadas de 1960 e 1970.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) em Ciências Sociais. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/125755>. 80 p.

COAN, Isadora Cristina de Melo (2013). As bases filosóficas da metodologia de Quentin Skinner para a história intelectual. Dissertação (Mestrado) em Sociologia Política. Florianópolis: Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em <http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFSC_782a5aecc36de8a6837a6e8f0ea5b58d/Details>

COSTA, Cláudio (2007). Filosofia da Linguagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

GADAMER, Hans-Georg (1967). “A universalidade do problema hermenêutico. Retórica, hermenêutica e crítica da ideologia - comentários metacríticos a Verdade e Método 1”. ln: GADAMER, Hans-Georg.Verdade e Método II: Complementos e índice. Petrópolis: Vozes, 2002.

GEERTZ, Clifford (1979). “From the native’s point of view: on the nature of anthropological understanding (1976)”. ln: RABINOW, Paul; SULLIVAN, William (eds.). Interpretive social science: a reader. Berkeley: University of California Press.

GEERTZ, Clifford (1980). The refiguration of social thought. American Scholar, v. 49, n. 2, p. 165-79.

GEERTZ, Clifford (2008). A interpretação das culturas.Rio de Janeiro: LTC.

GIBBONS, Michael (2006). Hermeneutics, political inquiry, and practical reason: an evolving challenge to political science. American Political Science Review, v. 100, n. 4.

JASMIN, Marcelo Gantus (2005). História dos conceitos e teoria política e social: referências preliminares. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 20, n. 57, p. 27-38.

LEEDS-HURWITZ, Wendy (2015). “Thick description”. In: TRACY, Karen; ILIE, Cornelia; SANDEL, Todd (orgs.). The International Encyclopedia of Language and Social Interaction, First Edition. Nova Jersey: John Wiley & Sons.

LOPES, Marcos Antônio (2011). Aspectos teóricos do pensamento histórico de Quentin Skinner. Revista Kriterion, v. 52, n. 123, p. 177-95.

LOSSO, Tiago (2011). A crítica de Charles Taylor ao naturalismo na ciência política. Revista de Sociologia e Política. Curitiba, v. 19, n. 39, p. 91-10.1

RABINOW, Paul; SULLIVAN, William M (1979). “The interpretative turn: emergence of an approach” ln: RABINOW, Paul; SULLIVAN, William M (eds.). Interpretive social science: a reader. Berkeley: University of California Press.

RODRIGUEZ, Cristian Uriel Solís (2013). La relación contexto-sujeto en Quentin Skinner. Región y sociedad. Obregón, ano xxv, n. 56, p. 269-97.

SHANKMAN, Paul (1984). The Thick and the Thin: On the Interpretive Theoretical Program of Clifford Geertz. Current Anthropology, v. 25, n. 3, p. 261-80.

SILVA, Ricardo (2010). O Contextualismo Linguístico na História do Pensamento Político: Quentin Skinner e o Debate Metodológico Contemporâneo. Revista DADOS – Revista de Ciências Sociais, v. 53, n. 2, p. 299-335.

SKINNER, Quentin (1969). Meaning and Understanding in the History of Ideas. History and Theory, v. 8, n. 1, p. 3-53.

Downloads

Publicado

2021-12-22

Como Citar

Regasson, B. V. (2021). A virada interpretativa na metodologia de pesquisa de Clifford Geertz e Quentin Skinner. Plural, 28(2), 242-256. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2021.169928