As estratégias de resistência e enfrentamentos: desdobramentos na consolidação dos Coletivos de Estudantes Negros(as) nas universidades brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2022.197133Palavras-chave:
Estudantes negros(as), Coletivos de estudantes negros(a), Universidade pública, Desigualdade racialResumo
Por mais que se tenha ampliado a entrada de estudantes autodeclarados pretos e pardos no ensino superior no Brasil, o governo não ofereceu todos os recursos necessários para que as ações afirmativas fossem de fato concretizadas. Muitos(as) estudantes negros(as) precisam, constantemente, lutar pela permanência nas universidades e relatam um sentimento de não pertencimento ao espaço. Com a pandemia do novo coronavírus, o processo de ensino e aprendizagem precisou passar por adequações e aprimoramentos a partir da incorporação de aulas na modalidade on-line, consequentemente, isso escancarou as desigualdades raciais existentes na educação superior. Diante desse contexto, reflito as estratégias de resistência dos estudantes que realizam sua agência política em torno da categoria negro e os seus desdobramentos na consolidação dos coletivos de estudantes negros(as) nas universidades públicas, federais e estaduais, brasileiras.
Downloads
Referências
APPIAH, Kwame Anthony (2014). Lines of descent: W.E.B. Du Bois and emergence of identity. Cambridge/Massachusetts/London: Harvard University Press.
AUGÉ, Marc. (1994). Não-Lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus.
A ZEVEDO, Thales (1955). As elites de cor: um estudo sobre a ascensão social. São Paulo: Nacional.
BENTO, Maria Aparecida Silva (2014). “Branqueamento e branquitude no Brasil”. In: CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida Silva (orgs.). Psicologia Social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, p. 25-57.
BERNADINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón(2019). “Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico”. In: BERNADINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón (orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica Editora, p. 9-30.
BIGOSSI, Fabiela. (2009). Trajetórias universitárias: estudo etnográfico da construção de projetos de vida dos estudantes negros em Porto Alegre. Dissertação (Mestrado). Porto Alegre: Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
BOAS, Franz (2005). Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
BRASIL (2003). LEI 10.639, de 09 janeiro de 2003. Brasília, Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm#:~:text=LEI%20No%2010.639%2C%20DE%209%20DE%20JANEIRO%20DE%202003.&text=Altera%20a%20Lei%20no,%22%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias. (acesso em: 01/06/2022).
BRASIL (2012). LEI N° 12.711, de 29 de agosto de 2012. Brasília, Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm (acesso em: 15/03/2020).
BRASIL (2020). PORTARIA Nº. 343, de 17 de março de 2020. Brasília, Ministério da Educação. (acesso em: 27/04/2021).
CRUZ, Mariléia dos Santos (2005). “Uma abordagem sobre a história da educação dos negros”. In: ROMÃO. Jeruse (org). História da Educação do Negro e outras histórias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. p. 21-34.
DAMATTA, Roberto. (1981). Relativizando: uma introdução à antropologia social. Petrópolis: Vozes.
FIGUEIREDO, Angela (2012). Classe média negra: trajetórias e perfis. Salvador: EDUFBA.
FLORESTAN, Florestan (2017). Significado do protesto negro. São Paulo: Expressão Popular.
FREITAS, Jefferson Belarmino de; POEMA, Portela; FERES JÚNIOR, João; BÉSSA, Águida; NASCIMENTO, Vivian (2020). As Políticas de Ação Afirmativa nas Universidades Federais e Estaduais. Levantamento das políticas de ação afirmativa (2003-2018), Rio de Janeiro: GEMAA.
GOMES, Janaína Damasceno (2013). Os segredos de Virginia. Estudos de atitudes raciais em São Paulo (1945-1955). Tese (Doutorado). São Paulo: Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo.
GOMES, Nilma Lino (2009). “Limites e possibilidades da implementação da Lei 10.639/ 03 no contexto das políticas públicas em educação”. In: PAULA, Marilene; HERINGER, Rosana (org.). Caminhos convergentes: Estado e sociedade na superação das desigualdades raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Boll, ActionAid, p.13-38.
GOMES, Nilma Lino (2011). Diversidade étnico-racial, inclusão e equidade na educação brasileira: desafios, políticas e práticas. RBPAE, Goiânia, v. 27, n. 1, p. 109-121. https://seer.ufrgs.br/rbpae/article/view/19971/11602. (acesso em: 15/01/2019).
GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo (2003). Como trabalhar com “raça” em sociologia.Educação e pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 93-107.
GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo (2009a). Racismo e anti-racismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editora 34.
GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo (2009b). Raça e os estudos de relações raciais no Brasil. Novos estudos, n. 54, p. 147-156.
GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo (2009b). Raça e os estudos de relações raciais no Brasil. Novos estudos n°54 julho.(2012). Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 24.
HALL, Stuart (2013). Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG.
HALL, Stuart (2015). A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lamparina.
HASENBALG, Carlos A.; SILVA, Nelson do Valle (1990). Raça e oportunidades educacionais no Brasil. Cadernos de Pesquisa, n. 73, p. 73-89.
LEITÃO, Débora K.; GOMES, Laura Graziela (2017). Etnografia em ambientes digitais: perambulações, acompanhamentos e imersões. Antropolítica - Revista Contemporânea de Antropologia, v. 42, n. 42, p. 41–65.
MUNANGA, Kabengele (2005-2006). Algumas considerações sobre “raça”, ação afirmativa e identidade negra no Brasil: fundamentos antropológicos. Revista USP, n.68, p. 46-57.
NOGUEIRA, Oracy (1985). “Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem: sugestão de um quadro de referência para a interpretação do material sobre relações raciais no Brasil”. NOGUEIRA, Oracy (org.). Tanto preto quanto branco: estudos de relações raciais. São Paulo: T. A. Queiroz.
PAIXÃO, Marcelo (2014). A lenda da modernidade encantada: por uma crítica ao pensamento social brasileiro sobre relações raciais e projeto de Estado-Nação. Curitiba: CVR.
POLLAK, Michael (1992). Memória e Identidade Social. Rio de Janeiro: Estudos Históricos. SCHWARCZ , Lilia Katri Moritz (1999). “Questão racial e etnicidade”. In: MICELI, Sérgio (or g.) O que ler na Ciência Social brasileira (1970-1995). São Paulo: Sumaré, p. 267-325.
SEYFERTH, Giralda (1995). A invenção da raça e o poder discricionário dos estereótipos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, p.175-203.
SILVA, Maria Nilza (2000) O negro no Brasil: um problema de raça ou de classe?. Revista Mediações, v.5, n.2, p. 99-124. http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/9162 (acesso em: 12/04/2020).
SOUZA, Alexsandro Eleotério Pereira de. (2019). Políticas de ação afirmativa e as construções identitárias exigidas, manipuladas e disputadas por seus beneficiários. Tese (Doutorado). Marília: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade estadual de São Paulo.
TRINDADE, Luana Ribeiro da. (2018). Universitários negros: Acesso ao saber escolar e o processo de (re)construção da identidade. Dissertação (Mestrado). Vitória: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo.
TRINDADE, Luana Ribeiro da. (2021). Fortalecendo os fios: a emergência dos coletivos de estudantes negros e negras em universidades da região sudeste. Tese (Doutorado). São Carlos: Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos.
VENTURINI, Anna Carolina; LIMA, Márcia; SOUSA, Caio Jardim; BERTOLOZZI, Thayla Bicalho (2020). As desigualdades educacionais e a covid-19. Informativos Desigualdades Raciais e Covid-19, AFRO-CEBRAP, n. 3. https://cebrap.org.br/wp-content/uploads/2020/11/Informativo-3-As-desigualdades-educacionais-e-a-covid-19-.pdf (acesso em: 12/04/2022).
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Política de direitos compartilhados
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Ao submeter seu trabalho à Plural, o autor concorda que: o envio de originais à revista implica autorização para publicação e divulgação, ficando acordado que não serão pagos direitos autorais de nenhuma espécie. Uma vez publicados os textos, a Plural se reserva todos os direitos autorais, inclusive os de tradução, permitindo sua posterior reprodução como transcrição e com devida citação de fonte. O conteúdo do periódico será disponibilizado com licença livre, Creative Commons - Atribuição NãoComercial- CompartilhaIgual –, o que quer dizer que os artigos podem ser adaptados, copiados e distribuídos, desde que o autor seja citado, que não se faça uso comercial da obra em questão e que sejam distribuídos sob a mesma licença (ver: http://www.creativecommons.org.br/).