Esoterismo e democracia: alguns esclarecimentos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2024.222725Palavras-chave:
Esoterismo, Democracia, Política, Direita, Tradicionalismo, Paganismo, ConspiritualidadeResumo
O texto que ora traduzimos, originalmente uma palestra, é uma contribuição fundamental para o entendimento histórico e sociológico do esoterismo e sua relação com a política. Wouter Haanegraff, professor de História da Universidade de Amsterdã e primeiro presidente da Sociedade Europeia para o Estudo do Esoterismo Ocidental (ESSWE), apresenta uma síntese didática acerca das dificuldades de conceituar o esoterismo e levá-lo à sério como objeto de estudo. Os desafios iniciam pela própria característica do esoterismo: um conhecimento rejeitado pelo “eurocentrismo interno” ao Ocidente; recusado como o avesso do racional e do público, em especial desde as teses fundamentais e condenatórias da Escola de Frankfurt sobre o tema. Haanegraff elabora questionamentos sobre como a desqualificação do esoterismo, como uma história oculta, faz parte de uma visão seletiva sobre os próprios contornos do Ocidente, que conduziu a uma exclusão de saberes e religiosidades, incluindo o Islamismo, como parte da história ocidental. Mas o esoterismo é, em si mesmo, a causa de problemas para a democracia? À essa questão, Haanegraff propõe uma perspectiva crítica dos esoterismos de direita emergentes na política atual - Tradicionalismo, neopaganismo e conspiritualidade -, mas, ao mesmo tempo, de maneira pertinente, direciona a causalidade dos problemas democráticos não ao esoterismo em si, mas à hegemonia do neoliberalismo e suas consequências.
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Referências
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