Mulheres das águas: do grito da pesca ao grito da pescadora artesanal
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2024.230091Palavras-chave:
Cartografia, Movimentos sociais pesqueiros, Pescadoras artesanais, Trabalho reprodutivo, Território tradicional pesqueiroResumo
As pescadoras artesanais lutam pelo reconhecimento do território tradicional pesqueiro. Como essa questão ecosófica torna-se uma questão ético-política da luta e da estética da existência das mulheres no trabalho da pesca artesanal? Quais modos de resistência as mulheres produzem em defesa da igualdade na relacionalidade de gênero e representatividade nos movimentos sociais pesqueiros? Cartografar processos de subjetivação e enunciação da luta das mulheres em defesa da vida resultou neste relato de pesquisa. Compõem esta cartografia: encontros, assembleia, Grito da pesca e entrevista cartográfica. O protagonismo das mulheres evidencia-se: a) na invenção de outros espaços de luta e reinvenção de si contra o não reconhecimento como pescadora; b) na defesa do trabalho artesanal contra a negação e exclusão política da vida de humanos e não humanos pelo Estado e c) nas incidências políticas e no enfretamento de problemas psicossociais relacionados com racismo ambiental e impactos socioambientais de empreendimentos econômicos. Essas mulheres constroem processos singulares ecosóficos para operar, social e politicamente, no tensionamento dos movimentos sociais pesqueiros em prol de vidas vivíveis e reconhecíveis.
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