Reestruturação urbano-Regional em São Paulo: falácias e fantasias do apocalipse industrial metropolitano

Resumo

Este artigo busca discutir com a literatura recentemente produzida para dar conta dos padrões de reestruturação urbano-industrial em São Paulo. Entendendo as metrópoles como espaços de produção pós-industrial, a literatura sobre as cidades globais observa uma tendência de crescimento vertiginoso do setor de serviços na esteira da intensificação do papel do capital financeiro como elemento dinâmico basilar de uma nova economia. Assim, as cidades globais centralizariam os grandes conglomerados do setor financeiro que se tornam extremamente dependentes da infra-estrutura, da mão-de-obra altamente especializada e da disponibilidade de informações presentes nos grandes centros urbanos. Nesse sentido, o setor de serviços - dinamizado pelo setor financeiro, basicamente - tenderia a superar a indústria em termos de geração de dinamismo econômico e social nos conglomerados urbanos. Contudo, os padrões recentes da produção metropolitana paulista indicam que a indústria continua sendo o elemento central na dinâmica territorial da RMSP, evidenciando que estamos distantes de um apocalipse da indústria, possibilitado pelo deslocamento dos setores-chave da economia.