Novas tendências, mais concentração? Os padrões de distribuição de matrículas no ensino superior brasileiro entre 2010 e 2019

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2022.193022

Palavras-chave:

Diversificação institucional, Ensino superior, Concentração, Matrículas

Resumo

Nas últimas décadas, observou-se uma expansão global das vagas nos sistemas de ensino superior de vários países, o que foi acompanhado de um processo de crescente mercantilização nesse segmento da educação. Isto é, cada vez mais, a iniciativa privada passou a ter mais participação na sua oferta, e isso acarretou, dentre outras coisas, numa intensificação do fenômeno de diversificação institucional. As pesquisas estrangeiras sobre o tema possuem como foco justamente essa diversificação. Este artigo, entretanto, visa analisar o caso brasileiro também sob a ótica da concentração de matrículas na última década, que foi a de maior crescimento de modelos emergentes de oferta educacional, como a modalidade a distância. Os resultados apontam para a ocorrência de uma variação heterogênea da concentração de matrículas, em vários tipos de curso, mas para uma distribuição homogênea nos dois anos analisados, com uma concentração mais acentuada no ano final.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALTBACH, Philip G.; REISBERG, Liz; DE WIT, Hans (2017). Responding to massification: Differentiation in Postsecondary Education Worldwide. Boston: Center for International Higher Education, Boston College.

BALBACHEVSKY, Elizabeth, SAMPAIO, Helena (2017). “Brazilian Postsecondary Education in the 21st Century: A Conservative Modernization”. In: ALTBACH, Philip.G., REISBERG, Liz., DE WIT, Hans (orgs.). Responding to Massification. Global Perspectives on Higher Education. Rotterdam: SensePublishers, p. 155-65.

CARVALHAES, Flavio; RIBEIRO, Carlos Antônio Costa (2019). Estratificação horizontal da educação superior no Brasil: Desigualdades de classe, gênero e raça em um contexto de expansão educacional. Tempo social, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 195-233. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2019.135035

CARVALHO, Cristina Helena Almeida de (2011). A mercantilização da educação superior brasileira e as estratégias de mercado das instituições lucrativas. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, vol. 18, n. 54, p. 761-76. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=27528783012 (acesso em 30/11/2021).

CARVALHO, Cristina Helena Almeida de (2013). A política pública para a educação superior no Brasil (1995-2008): ruptura e/ou continuidade? Tese (Doutorado). São Paulo: Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i58p209-244

CORBUCCI, Paulo Roberto; KUBOTA, Luis Claudio; MEIRA, Ana Paula Barbosa (2016). Reconfiguração estrutural da educação superior privada no Brasil: nova fase da mercantilização do ensino. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Brasília/Rio de Janeiro. http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/7336 (acesso em 30/11/2021).

HUISMAN, Jeroen (2016). “Institutional Diversity in Higher Education, Institutional Profiling.” In: SHIN Jung Cheol; TEIXEIRA, Pedro (orgs). Encyclopedia of International Higher Education Systems and Institutions. Dordrecht: Springer. https://doi.org/10.1007/978-94-017-9553-1_32-1

LEAL, Natacha Simei; SANABRIA, Guillermo Vega; CARIAGA, Diógenes Egídio (2021). “Novas universidades, novos campi, novas antropologias: docências, alteridades e expansão do Ensino Superior no Brasil”. In: LEAL, Natacha Simei; SANABRIA, Guillermo Vega; CARIAGA, Diógenes Egídio (orgs.). Anuário Antropológico, Brasília, v. 46 n. 1, p. 25-38. https://doi.org/10.4000/aa.7652.

MARTELETO, Letícia; MARSCHNER, Murillo; CARVALHAES, Flavio (2016). Educational Stratification after a Decade of Reforms on Higher Education Access in Brazil. Research in Social Stratification and Mobility, v. 46, part b, p. 99-111. http://dx.doi.org/10.1016/j.rssm.2016.08.004

PRATES, Antônio Augusto Pereira (2010). Ampliação do Sistema de Ensino Superior nas Sociedades Contemporâneas no final do séc. XIX: os modelos de mercantilização e diferenciação institucional - o caso brasileiro. Estudos de Sociologia, São Paulo, v. 15, n. 28, p. 125-46. https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/2554 (acesso em 30/11/2021).

SAMPAIO, Helena (2011a). O setor privado de ensino superior no Brasil: continuidades e transformações. Revista Ensino Superior Unicamp, Campinas, n. 4, v. 5, p. 28-43.

SAMPAIO, Helena (2014b). Diversidade e diferenciação no ensino superior no Brasil: conceitos para discussão. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 29, n. 84, p. 43-55. https://doi.org/10.1590/S0102-69092014000100003.

SHAVIT, Yossi; ARUM, Richard; GAMORAN, Adam (2007). Stratification in Higher Education: A Comparative Study. Bibliovault OAI Repository, the University of Chicago Press.

TEIXEIRA, Pedro Nuno; ROCHA, Vera; BISCAIA, Ricardo; CARDOSO, Margarida Fonseca (2012). Competition and diversity in higher education: an empirical approach to specialization patterns of Portuguese institutions. Higher Education, v. 63, n. 3, p. 337–52. https://doi.org/10.1007/s10734-011-9444-9

Downloads

Publicado

2022-06-30

Edição

Seção

Dossiê Transformações recentes na educação superior brasileira

Como Citar

Coelho, R. de O., Penha, P. H. E. da, & Milanski, B. A. (2022). Novas tendências, mais concentração? Os padrões de distribuição de matrículas no ensino superior brasileiro entre 2010 e 2019. Plural, 29(01), 14-35. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2022.193022