A cidade como biblioteca: percursos de costura do livro e da leitura no tecido urbano
Palavras-chave:
Livro e leitura, Práticas de leitura, Intervenção urbana, Bibliotecas livres, BookcrossingResumo
Neste texto miramos um conjunto de ações que ‘desencastela’ o corpo do leitor da biblioteca tradicional e outros santuários correlatos, permitindo-nos divisar um leque de relações sociais entretecidas por livros e leitores em circulação na cidade. Ninhos de Livros, Bibliotecas Livres ou Sem Paredes, Gelotecas e iniciativas afins fomentam práticas mobilizadas pelos gestos de ler e “libertar” livros. Os livros e as ações nas quais se imiscuem são as intervenções/armadilhas que nos auxiliam a pensar a cidade como mais do que um mero pano de fundo. Nessa perspectiva, a territorialidade da cidade é espaço ampliado de reflexão, crítica e investigação, palco de alternativas aos circuitos oficiais e elemento fundamental no estabelecimento do corpo a corpo da obra com o público.
Referências
ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de (org). 2016. Cartografias da Paragem: Desmobilizações jovens contemporâneas e o redesenho das formas de vida. Rio de Janeiro: Gramma.
BARJA, Wagner. Intervenção/terinvenção - A arte de inventar e intervir diretamente sobre o urbano, suas categorias e o impacto no cotidiano. Revista Ibero-americana de Ciência da Informação (RIC I), v.1 n.1, p.213 - 218, jul./dez. 2008
BARTHES, Roland. 1984. « Sur la lecture », Le Bruissement de la langue, Paris, Le Seuil, 1984.
CAIAFA, Janice. Solidão povoada: viagens silenciosas no metrô do Rio de Janeiro. Contemporanea, vol. 4, nº 2, p. 45-64, dezembro 2006.
CARNEIRO, Daniele e ROCHA, Juliano. 2015. Ideias para Bibliotecas Livres. Um manual prático de autogestão independente. Magnolia Cartonera e Bibliotecas do Brasil, 2015.
CERTEAU, Michel de. 1998. A Invenção do Cotidiano: vol 1. Artes de fazer. Petrópolis, RJ, Vozes, 1998.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. 2002. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 2002.
ECO, Umberto; CARRIÈRE, Jean-Claude. 2010. Não contem com o fim do livro. Rio de Janeiro: Record, 2010.
FREIRE, Paulo. 1989. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.
GELL, Alfred. A rede de Vogel, armadilhas como obras de arte e obras de arte como armadilhas. Arte e Ensaios, Rio de Janeiro, v. 8, n. 8, p. 174-191, 2001.
GOMES, Lilian Alves. A peregrinação das coisas - trajetórias de imagens de santos, ex-votos e outros objetos de devoção. Tese de Doutorado em Antropologia Social. Rio de Janeiro: MN/UFRJ, 2017.
JACOBS, Jane. 2011. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011.
KOPYTOFF, Igor. 2008. A Biografia Cultural das Coisas: A mercantilização como processo. In: APPADURAI, Arjun. A Vida Social das Coisas. Niterói: EdUFF. pp. 89-121.
LATOUR, Bruno. 2008. Reemsamblar lo social. Una introducción a la teoría del actor-red. Manantial, Buenos Aires, 2008.
SANTAELLA, Lucia. 2004. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus, 2004.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Lilian Alves Gomes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.