O boi-de-rua como retomada do espaço público em Parintins (AM)

Autores

Resumo

Os bois-bumbás do Amazonas tornaram-se expressões conhecidas da cultura popular brasileira ao longo dos anos 1990, quando o Festival Folclórico de Parintins começou a ser transmitido em canais de televisão aberta, com alcance nacional, e o cancioneiro local (com as toadas) passou a figurar no mercado fonográfico, entrando nas paradas de sucesso de rádios e programas de auditório (Farias, 2005; Rodrigues, 2006). O folguedo é, no entanto, já muito antigo e remete às sucessivas levas de ocupação do território amazônico. Há nele, os traços lusos identificados por Câmara Cascudo e uma forte influência nordestina, vinda com imigrantes durante o auge da produção e comercialização da borracha. Inseridos nas festividades juninas, os bois de pano brincavam nos terreiros para pagar promessas e saudar a gente do lugar. Os versos, a cantoria e o rufar dos tambores (de fabricação local) animavam o encontro.

Biografia do Autor

  • Diego Omar da Silveira, Universidade Federal do Amazonas

    Mestre em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). É professor do curso de História da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), membro do Conselho de Artes do Boi-Bumbá Caprichoso, de Parintins, e presidente interino da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR).

  • Ericky da Silva Nakanome, Universidade Federal do Amazonas

    Mestre em Artes Visuais pela Federal da Bahia (UFBA). É professor do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e presidente do Conselho de Artes do Boi-Bumbá Caprichoso, de Parintins.

  • Pedro Coelho

    Fotógrafo do Boi-Bumbá Caprichoso, de Parintins e articulador dos coletivos Lentes Caboclas e Fotografa Parintins.

Referências

BRAGA, Sérgio Ivan Gil. 2001. Danças e andanças de negros na Amazônia: por onde anda o filho de Catirina? In: SAMPAIO, Patrícia Melo (org.). Fim do Silêncio. Belém: Editora Açaí; CNPq.

BRAGA, Sérgio Ivan Gil. 2002a. O Boi é bom para pensar: estruturas e história nos bois-bumbás de Parintins. In: Somanlu. Manaus: UFAM, v. 2.

BRAGA, Sérgio Ivan Gil. 2002b. Os Bois-Bumbás de Parintins. Rio de Janeiro: Funarte; Manaus: Editora da Universidade do Amazonas.

CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. 1999. O Boi-Bumbá de Parintins, Amazonas: Breve história e etnografia da festa. In: História, Ciência, Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, v. VI.

CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. 2000. Festa na Floresta: O Boi-Bumbá de Parintins. Rio de Janeiro: Funarte.

CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. 2006. Tema e variantes do mito: sobre a morte e a ressurreição do boi. In: Mana. Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ, v. 12(1). pp. 69-10.

IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 2018. Processo de Instrução Técnica do Inventário de Reconhecimento do Complexo Cultural do Boi-Bumbá do Médio Amazonas e Parintins. Brasília: IPHAN; UnB.

FARIAS, Júlio Cezar. 2005. De Parintins para o mundo ouvir – Na cadência das toadas dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido. Rio de Janeiro: Litteris.

NOGUEIRA, Wilson. 2014. Boi-bumbá – Imaginário e espetáculo na Amazônia. Manaus: Valer.

RODRIGUES, Allan. 2006. Boi-bumbá Evolução. Manaus: Valer.

SILVEIRA, Diego Omar. 2019. Virada decolonial ou mergulho no neoconservadorismo: dois caminhos para o Festival de Parintins. In: Portal Parintins 24h. Disponível em: htpp://parintins24hs.com. br. Acesso 22 de julho de 2019.

VALENTIN, Andreas. 2005. Contrários: A celebração da rivalidade dos Bois-Bumbás de Parintins. Manaus: Valer.

Downloads

Publicado

2021-02-19

Edição

Seção

Ensaios Fotográficos

Como Citar

Silveira, D. O. da ., Nakanome, E. da S., & Coelho, P. (2021). O boi-de-rua como retomada do espaço público em Parintins (AM). Ponto Urbe, 28, 1-10. https://www.revistas.usp.br/pontourbe/article/view/217445