A fina ciência da Jurema

Autores

  • Rita Amaral Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/k6052c36

Resumo

Nesse vertiginoso contexto de mudanças, os sistemas de crenças desempenham papel primordial no estabelecimento de esquemas de sentido, permitindo aos indivíduos atribuírem significado ao ser e “estar no mundo” em todas as esferas de sua vida, marcando sua particularidade, seu modo de viver. O homem religioso pensa a vida de modo peculiar. Ele vive e se expressa usando conceitos e termos próprios, derivados da experiência religiosa. Pode-se dizer, em poucas palavras, que sua visão de mundo é seu patrimônio, representado nas várias dimensões da vida: do comer ao orar, do vestir ao cantar. Assim, iniciativas voltadas à promoção do conhecimento, reconhecimento e preservação dos valores e memória de grupos com menor poder de resistência parecem imprescindíveis, pois sua valorização mantém a identidade e preserva sua autoestima, garantindo-lhes estatura cultural, facilitando seu diálogo com a sociedade. É neste contexto que o Compact Disc Pontos de Jurema” organizado pelo antropólogo Luiz Assunção, com direção artística de Dácio Galvão, ganha relevância. Realizado com os apoios da Prefeitura do Município de Natal, da Fundação Cultural Capitania das Artes e do Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, a obra se propõe como registro histórico e etnográfico de uma das dimensões capitais – o cantar, sucedâneo do orar - da prática religiosa conhecida como Jurema. Também denominada em alguns estados de catimbó, Jurema é um culto fitolátrico de origem indígena mesclado a práticas de origem africana e europeia (catolicismo e kardecismo). Por essas afinidades, insere-se, em algumas regiões, na Umbanda – caso de alguns dos registros desse disco - e nos Candomblés de Caboclo. Pode-se notar, contudo, a prevalência das práticas de origem indígena no culto à Jurema, chamado por seus praticantes, simplesmente, de “a jurema". 

Referências

Luiz Assunção, Dácio Galvão et alli. Pontos de Jurema. CD-ROM [Áudio], 29 faixas. Prefeitura do Município de Natal. Fundação Cultural Capitania das Artes. Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão. Natal, 2008.

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Publicado

2009-07-30

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