Striptease etnográfico: cenas queer de uma favela carioca
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-3341.pontourbe.2024.227739Palavras-chave:
Ars erotica, favelas, Prazer, antropologia queer, sexualidade, stripteaseResumo
Este artigo apresenta episódios relacionados à sexualidade não-normativa (e principalmente gay) na vida cotidiana de moradoras(es) da Favela da Rocinha, Rio de Janeiro. Escrevo-o empregando um gênero de escrita que denomino de “striptease etnográfico”, o qual oferece uma imagem menos “clínica” do sexo e mais próxima de uma “arte erótica”. Minha conceptualização é baseada na proposta foucaultiana de distinguir duas formas de produção do conhecimento discutidas na obra História da Sexualidade, Volume 1: “scientia sexualis” e “ars erotica”. Pergunto como seria uma compreensão sobre a sexualidade mais baseada neste último modo de saber apresentado por Foucault. Apresento seis exemplos concretos dessa forma etnográfica, todos inspirados pela “arte erótica”. Em vez de uma análise que se pretende “científica”, as cenas etnográficas são seguidas por comentários pessoais. Ao romper os limites dos gêneros narrativos mais estabelecidos, o artigo oferece uma contribuição para a expansão das formas pelas quais a sexualidade humana pode ser abordada e comunicada. Em um jogo de esconder e revelar, esse “striptease etnográfico” oferece um olhar diferente sobre a vida sexual queer que emerge de uma grande favela no Rio de Janeiro.
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