Antropologia da Música na América Latina e Caribe
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-3341.pontourbe.2024.232486Palavras-chave:
América Latina, Caribe, EtnomusicologiaResumo
Os estudos que abordam os vínculos entre Antropologia, música, sons e silêncios vêm se aprofundando na medida em que a etnografia se voltou para populações ou grupos sociais para quem o aspecto sonoro é culturalmente determinante. A Antropologia contemporânea tem cada vez mais se voltado aos elementos sensoriais implicados tanto no fazer antropológico quanto nas diversas formas através das quais as pessoas vivenciam, compreendem, formulam e expressam suas práticas culturais. Neste sentido, a teoria antropológica e os textos etnográficos têm avançado no aprofundamento do debate sobre práticas encorporadas (embodied practices) que, consequentemente, geram conhecimentos encorporados, isto é, modos de compreensão do mundo que passam, necessariamente, pelo envolvimento do corpo em experiências performáticas e/ou sensoriais (sejam elas musicais, teatrais, de dança ou outras modalidades expressivas). Destacamos que o uso proposital do conceito “encorporado" (ao invés de “incorporado”) é uma referência explícita às contribuições teóricas de Diana Taylor (2013) e Richard Schechner (2013) para denotar uma imersão e utilização consciente do corpo na produção do conhecimento antropológico pelas vias do fazer artístico. Naquilo que particularmente nos interessa, consideramos que este (re)conhecimento encorporado do mundo advém dos fazeres e saberes musicais, assim como da relação que os sujeitos estabelecem, cotidianamente, com a dimensão sonora do mundo através da percepção e/ou produção do som no e pelo corpo.
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