Sevilha e o duplo guadalquivir: breve análise do recente fenômeno de integração cidade-rio
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i26p92-108Palavras-chave:
Sevilha, paisagem, rios urbanos, percepção ambiental, semióticaResumo
Após um complexo conjunto de obras hidráulicas realizado durante o século 20, o rio Guadalquivir, principal curso d'água da Andaluzia (Espanha), sofre uma série de intervenções físicas que altera radicalmente seu desenho desde sua foz até Sevilha. Dentro dos limites dessa cidade, a reconfiguração - iniciada pela corta de Tablada (anos 20) e seguida pelas cortas de Triana (anos 50) e da Cartuja (anos 70), com o objetivo de melhorar as atividades portuárias e evitar constantes inundações - provoca uma curiosa duplicação do rio, que se desdobra em um trecho" histórico" (então estancado e transformado em doca) e um trecho" vivo" (por onde segue até o mar). Ao mesmo tempo, a capital andaluza se expande às zonas sul (incentivada pela Exposição Iberoamericana de 1929), leste e norte, tornando-se sede da nova região metropolitana. Com os investimentos para a Exposição Internacional de 1992 (Expo'92), são, finalmente, ocupados, os terrenos da Cartuja, a oeste do centro histórico, e o rearranjo dos sistemas ferroviário e rodoviário devolve à cidade um grande trecho do rio então isolado (avenida Torneo). Enquanto o porto se direciona ao sul, junto da zona de Tablada, o velho cais do Arenal ganha o primeiro projeto de reintegração do rio à cidade. Novos passeios e pontes interligando o antigo núcleo urbano à Cartuja complementam essa nova paisagem, com o respaldo dos atuais planos urbanísticos. Com a descrição histórica desse processo e de uma breve análise visual do duplo Guadalquivir, buscamos identificar valores refletidos na atual conformação urbana do rio, detendo-nos, especialmente, à abertura realizada (e que segue em andamento) em seu" histórico" curso.Downloads
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