Usos da “função autor” no campo da arquitetura ao longo da segunda metade do século XX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2020.156464

Palavras-chave:

Arquitetura, Autoria, Foucault, Vanguardas, Pós-modernismo

Resumo

O presente artigo investiga uma pequena parte dos possíveis atravessamentos e implicações da função autor como conceituada por Michel Foucault em O que é um Autor?, conferência pronunciada em 1969. Aborda-se sobretudo a organização do campo da arquitetura, sua produção teórica, sua prática projetual e as mudanças que ocorreram ao longo da segunda metade do século XX; com especial atenção para o debate entre correntes historicistas e regionalistas que propunham o abandono dos postulados modernistas, de um lado, e correntes que propunham a retomada crítica desses postulados, de outro.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Flavio Antonio D'Ugo Bragaia, Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil Arquitetura e Urbanismo

    Arquiteto e urbanista, em 2019 defendeu seu mestrado na FEC-UNICAMP em Arquitetura, Tecnologia e Cidade, intitulado Arquitetura brasileira da redemocratização: projetos e artigos publicados nas revistas Projeto e Arquitetura e Urbanismo entre 1985 e 1990. Graduado pela FAU-USP, concluiu MBA em Gestão de Escritórios de Arquitetura pela FGV e atua como analista de desenvolvimento na São Paulo Urbanismo.

  • Rafael Urano Frajndlich, Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil Arquitetura e Urbanismo

    Professor de fundamentos, teoria e projeto no curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp desde2015. Tem formação com ênfase em história da arquitetura moderna e contemporânea, dedicando-sea problematização de aspectos da disciplina em seu contato com categorias estéticas. Sua tese dedoutorado, desenvolvida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo,centrou-se num estudo da obra do historiador de arquitetura Manfredo Tafuri e sua relação com oscírculos filosóficos italianos, de título “Tafuri. Tempo da cidade longínqua” (2014). Como professorda Unicamp, desenvolve pesquisa sobre arquitetura moderna brasileira, sob o recorte da relaçãoestreita entre a formulação estética de Oscar Niemeyer e o projeto político de Juscelino Kubitschek,desde a prefeitura de Belo Horizonte até a inauguração de Brasília, intitulado “Horizontes,arquitetônicos e políticos. Niemeyer e Kubitschek 1940-1961”. A iniciativa busca, a partir de umamplo estudo filológico e cotejamento de biografias e obras, complexificar uma relação usualmenteapresentada como cheia de concomitâncias, mas cujos descompassos abrem novas perspectivas decompreensão do moderno tal como foi moldado no país

Referências

ALLOUCH, Jean. A psicanálise é um exercício espiritual? Resposta a Michel Foucault. Tradução: M. R. S. Moraes e P. S. de Souza Jr. Campinas: Editora da Unicamp, 2014. (Edição original: 2007).

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: BENJAMIN, W.; BUCK-MORSS, Susan; CAPISTRANO, Tadeu; HANSEN, Mirian; RIBEIRO, Vera; LISBOA, Marijane (org.). Benjamin e a obra de arte: técnica, imagem, percepção. Tradução: M. Lisboa e V. Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012. p. 11-42. (Edição original: 1939).

BENJAMIN, Walter. O autor como produtor. In: BENAJMIN, Walter. Walter Benjamin: obras escolhidas. Tradução: S. P. Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 2012. p. 136-137. v. 1: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre a literatura e história da cultura. (Edição original: 1933).

CASCAIS, Antônio Fernando de; MIRANDA, José Bragança de. A lição de Foucault. In: FOUCAULT, Michel. O que é um autor? Tradução: A. F. Cascais. Lisboa: Vega, 2002. p. 5-28. (Edição original: 1969).

CRUZ, Leandro. O aparente antagonismo entre as posturas críticas e pós-críticas: notas sobre a operatividade da teoria em arquitetura. Salvador. In: SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE ENSINO E PESQUISA EM PROJETO DE ARQUITETURA, 6., 2013, Salvador. Anais […]. Salvador: UFBA, 2013. p. 1-26. Disponível em: https://bit.ly/3biMz7o. Acesso em: 19 mar. 2020.

EDITORIAL. Lacuna: uma revista de psicanálise, São Paulo, n. 7, ago. 2019. Disponível em: https://bit.ly/2WzK9ND. Acesso em: 19 mar. 2020.

FAUSCH, Deborah. She said, he said: Denise Scott Brown and Kenneth Frampton on popular taste. Footprint, Delft, p. 77-90, jun. 2011. Disponível em: http://bit.ly/2TP6YuS. Acesso em: 19 mar. 2020.

FOSTER, Hal. O retorno do real: a vanguarda no final do séc. XX. Tradução: C. Euvaldo. São Paulo: Cosac Naify, 2014. (Edição original: 1996).

FOUCAULT, Michel. O que é um autor? Tradução: A. F. Cascais. Lisboa: Vega, 2002. (Edição original: 1969).

FRAMPTON, Kenneth. Perspectivas para um regionalismo crítico. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para a arquitetura. Tradução: V. Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2008a. p. 504-520. (Edição Original: 1983).

FRAMPTON, Kenneth. Rappel à l’ordre, argumentos em favor da tectônica. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para a arquitetura. Tradução: V. Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2008b. p. 557-569. (Edição original: 1990).

FREUD, Sigmund. O interesse da psicanálise. In: FREUD, Sigmund. Totem e Tabu: contribuição à história do movimento psicanalítico e outros textos (1912-1914). Tradução: P. C. de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 328-363. (Série Obras Completas, v. 11). (Edição original: 1913).

FUKSAS, Massimiliano. O futuro é o mercado. [Entrevista cedida a] FIGUEROLA, Valentina. Revista aU, São Paulo, n. 110, p. 42-44, 2003.

KOLLEENY, Jane; LINN, Charles. Marketing: lessons from America’s best-managed architectural firms. New York: McGraw-Hill Construction, 2003. Disponível em: http://bit.ly/3cYV9ty. Acesso em: 19 mar. 2020.

LE CORBUSIER. Por uma arquitetura. Tradução: U. Rebouças. São Paulo: Perspectiva, 2014. (Edição original: 1925).

LE CORBUSIER. Vers une architecture. Paris: G. Crès e Cie, 1925.

MONDRIAN, Piet; MARTINS, Carlos Alberto Ferreira (org.). Neoplasticismo na pintura e na arquitetura. Tradução: J. C. Pijnappel. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

NESBIT, Kate. Apresentação: Robert Venturi: complexidade e contradição em arquitetura. In: NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para a arquitetura. Tradução: V. Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2008. p. 91-92. (Edição original: 1996).

OZENFANT, Amedée; LE CORBUSIER. Depois do Cubismo. Tradução: C. Euvaldo. São Paulo: Cosac Naify, 2005. (Edição original: 1918).

RYKWERT, Joseph. A Casa de Adão no paraíso. São Paulo: Perspectiva, 2003. (Edição original: 1972).

SCHIAVO, Bruno. Autonomia e campo ampliado: Peter Eisenman, Rosalind Krauss e The Institute for Architecture and Urban Studies (1964-1984). 2016. Dissertação (Mestrado em História e Fundamentos da Arquitetura e do urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, 2016. Disponível em: http://bit.ly/2TRSc6R. Acesso em: 19 mar. 2020.

SCULLY JR., Vincent. Introdução. In: VENTURI, Robert. Complexidade e contradição em arquitetura. Tradução: A. Cabral. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. XIII-XIX. (Edição original: 1966)

VENTURI, Robert; BROWN, Denise Scott; IZENOUR, Steven. Aprendendo com Las Vegas. Tradução: P. M. Soares. São Paulo: Cosac Naify, 2003. (Edição original: 1972).

VENTURI, Robert. Complexidade e contradição em arquitetura. Tradução: A. Cabral. São Paulo: Martins Fontes, 2004. (Edição original: 1966).

Downloads

Publicado

2020-04-14

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Usos da “função autor” no campo da arquitetura ao longo da segunda metade do século XX. (2020). PosFAUUSP, 27(50), e156464. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2020.156464