Da América para a Europa: uma história decolonial da Praça Maior a partir da Cidade do México
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.psrevprogramapsgradarquiturbanfauusp.2021.176399Palavras-chave:
Praça Maior, História da América, Urbanismo, DecolonialidadeResumo
A historiografia eurocêntrica apresenta a Praça Maior como uma criação espanhola transferida para a América como centro de um modelo urbano de cidade colonial baseado na ortogonalidade e no ordenamento. Modelos urbanos com praças grandes e centralizadas são encontrados em diversas culturas em diferentes períodos históricos, mas raramente mencionam-se as experiências dos povos ameríndios no desenvolvimento de suas arquiteturas e de seus projetos urbanos, bem como suas permanências a partir da colonização. Em uma proposta de leitura urbana transcultural e transdisciplinar, apresenta-se a formação da Praça Maior da Cidade do México, tanto pela permanência dos elementos do centro de México-Tenochtitlan, os quais estão inseridos em uma longa tradição urbana mesoamericana, quanto pelas transformações castelhanas, constituídas por experiências ibéricas anteriores. Demonstra-se, assim, que o modelo da Praça Maior mexicana contribuiu com mudanças urbanas na Europa a partir da Praça Maior de Valladolid no século XVI.
Downloads
Referências
ALAMÁN, Lucas. Disertaciones sobre la história de la República Megicana. Tomo II. 2. ed. México: Jus, 1969. 365p.
BARRIENDOS, Joaquín. A colonialidade do ver: rumo a um novo diálogo visual epistêmico. Epistemologias do Sul: [...]. Foz do Iguaçu: Universidade Federal da Integração Latino-Ame-ricana, v. 3, n. 1, p. 41-56, 2019. Disponível em: https://revistas.unila.edu.br/epistemologiasdosul/article/view/2434. Acesso em: 10 out. 2020.
BENEVOLO, Leonardo. História da cidade. Trad. Silvia Mazza. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015. 728p.
BIELZA DE ORY, Vicente. De la ciudad ortogonal aragonesa a la ciudad cuadricular hispanoamericana como proceso de innovación-difusión, condicionado por la utopía. Scripta. Barcelona: Universidad de Barcelona, v. VI, n. 106, [n.p.], ene. 2002. Disponível em: www.ub.es/geocrit/sn/sn-106.htm. Acesso em: 14 out. 2020.
CARMONA, Manuel Sánchez de. Traza y plaza de la Ciudad de México en el siglo XVI. México: Tilde, 1989.
CASTRO-GÓMEZ, Santiago. Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da “invenção do outro”. In: LANDER, Edgardo Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p. 80-87.
CERVANTES DE SALAZAR, Francisco. México en 1554. México: UNAM, Instituto de Investigaciones Históricas, Instituto de Investigaciones Bibliográficas, 2001 [1554]. 77p. Disponível em: www.historicas.unam.mx/publicaciones/publicadigital/libros/mexico1554/mex1554.html. Acesso em: 28 set. 2020.
CIUDAD DE MÉXICO. Actas de Cabildo I (mar. 1524 - set. 1532). México: Edición del Municipio Libre, Ignacio Bejarano, 1889. 458p. Disponível em: https://hdl.handle. net/2027/mdp.39015012905603. Acesso em: 29 set. 2020.
DEL RÍO LÓPEZ, Ángel. Plaza Mayor de Madrid, cuatrocientos años de historia. Madrid: La Librería, 2016. 359p.
DUSSEL, Enrique. Transmodernidade e interculturalidade: interpretação a partir da filosofia da libertação. Revista Sociedade e Estado. Brasília: UNB, v. 31, n. 1, p. 51-73, jan-abr, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100004.
DUSSEL, Enrique. Europa, Modernidade e eurocentrismo. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: euro-centrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p. 55-70.
FERNÁNDEZ DEL HOYO, Maria Antónia. In: REAL ACADEMIA DE BELLAS ARTES DE LA PURÍSIMA CONCEPCIÓN. Conocer Valladolid 2012: VI curso de patrimonio cultural. Valladolid: Real Academia de Bellas Artes de la Purísima Concepción, 2013, p. 61-84.
KINSBRUNER, Jay. The Colonial Spanish-American city: urban life in the Age of Atlantic Capitalism. Austin: University of Texas, 2005. 182p.
KIRCHHOFF, Paul. Mesoamérica, sus límites geográficos, composición étnica y caracteres culturales. Suplemento da Revista Tlatoani. México: Sociedad de Alumnos de la Escuela Nacional de Antropología e Historia, n. 3, p. 1-13, 1960. Disponível em: https://portalacademico.cch.unam.mx/materiales/al/cont/hist/mex/mex1/histMexU2OA01/docs/paulKirchhoff_mesoamerica.pdf. Acesso em: 05 jul. 2019.
LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. 278p.
LEÓN CAZARES, Maria del Carmen. La Plaza Mayor de la Ciudad de México en la vida cotidiana de sus habitantes (siglos XVI y XVII). México: Instituto de Estudios y Documentos Históricos, 1982. 181p.
LOCKHART, James. The Nahuas after the conquest: [...]. Palo Alto: Stanford University Press, 1992. 650 p.
LOW, Setha. Indigenous Architecture and the Spanish American Plaza in Mesoamerica and the Caribbean. American Anthropologist. Arlington: Willey, v. 97, n. 4, p. 748-762, 1995. Disponível em: www.jstor.org/stable/682595. Acesso em: 01 ago. 2017.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Transdisciplinaridade e decolonialidade. Sociedade e Estado. Brasília: Universidade de Brasília, v. 31, n. 1, p. 75-97, jan-abr. 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100005.
MATOS MOCTEZUMA, Eduardo. ¿Habia un mercado frente al palacio de Moctezuma? Arqueología Mexicana. México: INAH, CONACULTA, Raíces, v. XXIII, n. 133, p. 88-89, may-jun. 2015.
MÍER Y TERÁN ROCHA, Lucía. La primera traza de la Ciudad de México 1524-1535. México: FCE, Universidad Autónoma Metropolitana, 2005. Tomo I. 495p.
MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Caderno de Letras da UFF. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense, n. 34, p. 287-324, 2008.
MUNDY, Barbara. The death of Aztec Tenochtitlan, the life of Mexico City. Austin: University of Texas Press, 2015. 246p.
NAVARRETE LINARES, Federico. Las histórias de América y las histórias del mundo: una propuesta de cosmohistória. In: NIKON RATEN AMERIKA GAKKAI, 32, 2016, Tóquio. Anais... Tóquio: Associação Japonesa de Estudos Latinoamericanos, 2016, p. 1-36. Disponível em: http://www.ajel-jalas.jp/nenpou/back_number/nenpou036/pdf/36-001_Navarrete.pdf. Acesso em: 10 out. 2020.
NICOLINI, Alberto. La traza de la ciudad hispanoamericana en el siglo XVI. Anales del Instituto de Arte Americano e investigaciones estéticas “Mario J. Buschiazzo”, n. 29, 1992-93. Buenos Aires: FADU-UBA, 1997, p. 17-50.
ORTIZ FERNÁNDEZ, Fernando. Contrapunteo cubano del tabaco y el azúcar. Caracas: Biblioteca Ayacucho, 1978. 595p.
PAGE, Carlos A. El espacio público en las ciudades hispanoamericanas: el caso de Córdoba, Argentina: siglos XVI a XVIII. Córdoba: Báez Ediciones, 2008. 361p.
QUIJANO, Anibal. Colonialidad del poder y clasificación social. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago, GROSFOGUEL, Ramón (Eds.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007, p. 93-126.
RAMA, Angel. Transculturación narrativa en América Latina. 2ª ed. Buenos Aires: Ediciones El Andariego, 2008. 352p.
REBOLLO MATIAS, Alejandro. Plaza y Mercado Mayor de Valladolid: 1561-1595. Valladolid: Secretariado de Publicaciones, Universidad de Valladolid, Casa de Ahorros y Monte de Piedad de Salamanca, 1989. 427p.
RIVERA CUSICANQUI, Silvia. Ch’ixinakax utxiwa: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Buenos Aires: Tinta Limón. 2010. 76p.
ROJAS-MIX, Miguel. La Plaza Maior: el urbanismo, instrumento de dominio colonial. San José: Editorial de la Universidad de Costa Rica, 2002. 262p.
RUBIAL GARCÍA, Antonio. La Plaza Mayor de la Ciudad de México en los siglos XVI y XVII. Arqueología Mexicana. México: INAH, CONACULTA, Raíces, v. XIX, n. 116, p. 36-43, jul-ago. 2012.
SALVAT, Ana Paula dos Santos. Configurações visuais do centro urbano do Império Espanhol: comparações entre o Zócalo, na Cidade do México, e a Plaza Mayor, em Madri. H-ART. Revista de historia, teoría y crítica de arte. Bogotá: Universidad de Los Andes, v. 5, p. 177-194, jul. 2019. DOI: https://doi.org/10.25025/hart05.2019.09.
SANCHEZ DE CARMONA, Manuel. Traza y plaza de la Ciudad de México en el siglo XVI. México: Tilde, 1989. 140p.
SANTOS, Eduardo Natalino dos. As conquistas de México-Tenochtitlan e da Nova Espanha: guerras e alianças entre castelhanos, mexicas e tlaxcaltecas. Revista História Unisinos, São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, v. 18, n. 2, p. 218-232, mai-ago. 2014. DOI: https://doi.org/10.4013/htu.2014.182.02.
SANTOS, Eduardo Natalino dos. Tempo, espaço e passado na Mesoamérica: o calendário, a cosmografia e a cosmogonia nos códices e textos nahuas. São Paulo: Alameda, 2009. 432p.
SANTOS, Eduardo Natalino dos. Usos historiográficos dos códices mixteco-nahuas. Revista de História, São Paulo: Universidade de São Paulo, v. 153, n. 2, p. 69-115, dez. 2005. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/issue/view/1460. Acesso em: 22 out. 2020.
SMITH, Michael. E. The Teotihuacan anomaly: the historical trajectory of urban design in Ancient Central Mexico. Open Archeology, Berlin: De Gruiter, v. 3, n. 1, p. 175-193, Jan. 2017. DOI: https://doi.org/10.1515/opar-2017-0010.
TOUSSAINT, Manuel. La Catedral de Mexico y el Sagrario Metropolitano. México D.F.: Porrúa, 1973.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Ana Paula dos Santos Salvat
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.
O detentor dos direitos autorais é o autor do artigo. A revista exige apenas o ineditismo na publicação do artigo. O autor tem do direito de divulgar seu artigo conforme sua conveniência devendo citar a revista.
DIADORIM - Diretório de Políticas Editoriais
Como Citar
Dados de financiamento
-
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Números do Financiamento nº do processo 88887.485555/2020-00