O olhar sobre o lugar: o Istmo de Olinda e Recife na visão dos memorialistas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2019.162180

Palavras-chave:

Istmo de Recife e Olinda, Memoralistas, Representações, Preservação, Enunciados

Resumo

O Istmo de Recife e Olinda, estreito caminho de terra entre o Rio Beberibe e o mar que até o começo do século XX conectou por terra essas duas cidades, foi ao longo do tempo lugar de intensas práticas sociais. A partir do século XX, tornou-se esquecimento. Este artigo busca, a partir da leitura das narrativas de memorialistas, identificar diferentes sentidos atribuídos ao Istmo ao longo do tempo, ou seja, diferentes formas de representação do lugar. Com a interpretação dos textos dos memorialistas, buscar-se-á entender os sentidos dados ao Istmo por cada um deles, ou seja, como o Istmo é enunciado. É válido ressaltar que não se pretende, com essa análise, proceder a uma narrativa histórica com rigor cronológico, mas entender as impressões deixadas pelo lugar em cada uma dessas pessoas e, por meio disso, compreender que significados tinha para a sociedade o Istmo em diferentes contextos históricos, sua memória e as razões de seu esquecimento. Desvelar esses sentidos atribuídos não deixa de ser também uma forma de abrir caminhos para a revisão do próprio processo de tombamento do Istmo pelo IPHAN que, ao desconsiderar a sua história, contribui também para o seu esquecimento pelas cidades que por séculos conectou.

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Publicado

2019-12-19

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Lira, F. B. (2019). O olhar sobre o lugar: o Istmo de Olinda e Recife na visão dos memorialistas. PosFAUUSP, 26(49), e162180. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2019.162180