A verdade como poder, o poder como verdade: os procedimentos da subjetivação cristã sob a ótica de Michel Foucault - parte 1
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2594-5920.primeirosescritos.2018.153055Palavras-chave:
Foucault, Verdade, Poder, Sujeito, CristianismoResumo
O objetivo de uma primeira dimensão deste trabalho é perscrutar a análise feita por Foucault acerca do arcabouço prático-discursivo presente na montagem do sujeito cristão tal como elaborado por Tertuliano e Cassiano. As investigações do pensador francês, especialmente aquelas encontradas em Do governo dos vivos (1979-1980), convidam o leitor a conceber a produção do poder não como instância abstrata e soberana ao modelo tradicional, porém como manifestação contínua e circular da própria verdade, verdade que produz e expressa, por sua vez, a constituição subjetiva mesma dos homens. Para Foucault, portanto, o poder no Ocidente foi edificado à maneira de um regime de verdade, ou, ainda, um regime de veridição. Aqui, a manifestação do poder é imediatamente uma manifestação da verdade e da subjetividade. Que alcance têm, na tradição ocidental, as raízes da civilização moderna? Que tipo de procedimentos e dispositivos estão implicados em sua atividade? Buscaremos as respostas para esses questionamentos, no nível de fundamentação, nas malhas da subjetivação cristã; a expressão contemporânea deste dispositivo, contudo, restará a uma segunda dimensão deste trabalho, pautada no encontro com as pesquisas de Nascimento da biopolítica (1978-1979).
Referências
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