Walter Benjamin e o flâneur baudelairiano em Julio Cortázar

Autores

  • Pedro de Carvalho Naletto Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2594-5920.primeirosescritos.2020.155402

Palavras-chave:

Walter Benjamin, Julio Cortázar, Flâneur, Baudelaire, Davi Arrigucci

Resumo

Este artigo pretende retomar a relação proposta por Davi Arrigucci Júnior entre o flâneur baudelairiano de “O pintor da vida moderna” e o personagem Roberto-Michel, do conto “Las babas del diablo”, de Julio Cortázar, à luz da análise do flâneur desenvolvida por Walter Benjamin no ensaio “Paris do segundo império”. Baudelaire retira a figura do flâneur do conto “O homem na multidão”, de Edgar Allan Poe, e a descreve em associação às ideias da convalescença e da infância, que exprimem a curiosidade do flâneur em meio à multidão. Na análise de Benjamin, por outro lado, a multidão ganha um caráter negativo, como esconderijo do flâneur, visto que este não se sente seguro no meio social. Ao retomar a análise de Benjamin, este artigo tem como objetivo propor uma possível contribuição à interpretação feita por Arrigucci Jr. do personagem de Cortázar.

Referências

ADORNO, T. W. O ensaio como forma. In: ADORNO, T. W. Notas de literatura I. Tradução de Jorge M. B. de Almeida. São Paulo: Duas Cidades: Editora 34, 2003. p. 15-45.
ARRIGUCCI JÚNIOR, D. O escorpião encalacrado. São Paulo: Perspectiva, 1973.
BAUDELAIRE, C. O pintor da vida moderna. In: BAUDELAIRE, C. A modernidade de Baudelaire. Apresentação de Teixeira Coelho. Tradução Suely Cassal. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 159-212.
BENJAMIN, W. Paris do Segundo Império. In: BENJAMIN, W. Obras escolhidas III: Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989.
___________ . Rayuela. Madrid: Santillana, 2010.
CORTÁZAR, Julio. Las armas secretas. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1968.

Downloads

Publicado

2020-05-23

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Walter Benjamin e o flâneur baudelairiano em Julio Cortázar. (2020). Primeiros Escritos, 10(1), 265-282. https://doi.org/10.11606/issn.2594-5920.primeirosescritos.2020.155402