Fundamentalismo religioso, capitalismo racial e crise civilizatória

Resumo

As igrejas evangélicas de orientação fundamentalista, tornadas neoconservadoras a partir dos anos 1980, costumam ser apreciadas tanto pela direita quanto pela esquerda por seu potencial eleitoral. Este artigo busca desvendar o neoconservadorismo como um complemento do neoliberalismo, cuja função principal é a salvaguarda dos valores da sociedade ocidental cristã, capitalista e branca, através da difusão de suas teologias que podem ser mais bem descritas como ideologias religiosas de opressão: a Teologia da Prosperidade, a Teologia do Domínio e a Guerra Espiritual. Mostra-se como a pretensão de salvar a sociedade ocidental, percebida como estando em perigo devido às lutas das multidões de oprimidos de diferentes formas, e a de gerar crescimento econômico, se concretiza em ações de guerra, fome, expropriação e extermínio ao longo de todo o planeta, sob a legitimação dessas “teologias” que fortalecem a supremacia branca.