Afeição e filosofia primeira: relação entre fenomenologia e ciências da vida
DOI:
https://doi.org/10.1590/0103-6564D20150006Resumo
Neste trabalho defendo a tese de que o acesso à fenomenalidade dos fenômenos, e mesmo o acesso a eles próprios, é possível apenas em registo de copropriedade de vida: afeição vida-vivo. Mostro as implicações desta tese numa teoria da cultura, especificando a cultura das relações entre fenomenologia e ciências da saúde. Interrogo a possibilidade de se julgarem os corpos na fenomenalidade da afeição e, com o juízo dos corpos, serem julgadas as nossas dores e doenças. Inscrevo estas questões na continuidade do trabalho iniciado por Michel Henry no que respeita às fundações da interdisciplinaridade, nomeadamente, entre fenomenologia e clínica. Alinho-as com uma tradição filosófico-científica com raízes no quase contemporâneo de Descartes, Francisco Sanches, para, de Descartes, retomar as hesitações e os questionamentos que ele mesmo introduziu no seu corpus filosófico: dependência do espírito da disposição dos órgãos. Ao retomar esse esquecido pensamento de Francisco Sanches e de Descartes interrogo o lugar da fenomenalidade da afeição na interlocução dos saberes filosófico-científicos.Downloads
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Publicado
2015-12-01
Edição
Seção
Dossiê
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Como Citar
Afeição e filosofia primeira: relação entre fenomenologia e ciências da vida . (2015). Psicologia USP, 26(3), 364-370. https://doi.org/10.1590/0103-6564D20150006