Entre paradas e movimentos: uma revisão teórica a respeito do silêncio em psicanálise

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DOI:

https://doi.org/10.1590/0103-6564e200088

Palavras-chave:

psicanálise, silêncio, clínica psicanalítica

Resumo

Em um contexto clínico, existem diversos tipos de silêncio, próprios de cada análise e presentes de diferentes formas no processo analítico. Este artigo visa realizar uma revisão teórica a respeito do silêncio na literatura psicanalítica. Pretende, também, transitar por reflexões existentes na psicanálise acerca de um silêncio específico: silêncio com potência de movimento e função criadora no processo de análise. A partir da revisão realizada, percebe-se que o silêncio na clínica psicanalítica pode ser pensado a partir do silêncio do paciente, do analista ou em seu aspecto intersubjetivo, ou seja, relacional. A revisão da palavra “silêncio” na obra freudiana abre espaço para pensar a presença intrínseca, porém, coadjuvante, do silêncio na psicanálise desde suas origens. A pesquisa também possibilita ampliar o entendimento do silêncio para além de seu aspecto resistencial. Ilumina os aspectos produtivos e potentes desse conceito em psicanálise e no trabalho analítico.

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Publicado

2024-04-05

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Entre paradas e movimentos: uma revisão teórica a respeito do silêncio em psicanálise. (2024). Psicologia USP, 35, e200088. https://doi.org/10.1590/0103-6564e200088