O desamparo em Freud e a política como ruptura dos possíveis

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DOI:

https://doi.org/10.1590/

Palavras-chave:

desamparo, política, transformação, ruptura

Resumo

Este trabalho visa delinear o conceito de desamparo por meio da metapsicologia freudiana e como isso implica outra forma de pensar a política. Desse modo, o desamparo não é concebido unicamente como a vulnerabilidade do bebê ao nascer, mas, também, como a falta de respostas às excitações internas. Tal estado de desamparo é radicalizado a partir da concepção de pulsão de morte construída por Freud. A pulsão de morte gera processos de desabamentos, rupturas, desligamentos e despossessão, essenciais para a própria vida se complexificar. Nesse sentido, propomos o desamparo como afeto político central quando pensamos em transformação. A partir do desabamento de si e da abertura radical ao contato do outro, podemos experimentar outras formas de experiências, outras formas de afetação e, consequentemente, a construção de corpos políticos rumo à transformação política radical.

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Publicado

2024-04-05

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O desamparo em Freud e a política como ruptura dos possíveis. (2024). Psicologia USP, 35, e200046. https://doi.org/10.1590/