O que pode uma câmera em sessões psicanalíticas com crianças com traços autistas?
DOI:
https://doi.org/10.1590/Palavras-chave:
autismo, psicanálise, objeto de mediação, objeto tutor, objeto autísticoResumo
A questão central que norteia este trabalho é se uma câmera de registro filmográfico, que é um objeto utilizado inicialmente com fins metodológicos, poderia ter uma função terapêutica. Objetiva-se apresentar e discutir as repercussões e possibilidades referentes à presença de uma câmera em atendimentos de casos de fechamento autístico no Programa de Intervenção Precoce, em uma perspectiva psicanalítica. É uma pesquisa clínico-qualitativa, com análise de conteúdo, a partir de vinhetas clínicas de três casos de crianças entre 2 e 3 anos. São discutidas três abordagens sobre os usos e os tipos de objetos pertencentes ao universo de um bebê, a fim de interrogar se elas poderiam auxiliar na clínica do autismo: objeto transicional, objeto tutor e objeto de mediação. Considerou-se que a câmera promoveu e sustentou encontros intersubjetivos importantes e o despertar da atenção de crianças, antes pouco interessadas por aquilo que lhes era ofertado, inaugurando um espaço de coconstrução e interludicidade.
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