O silenciamento de um enigma: sobre a interpretação da mania como defesa

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DOI:

https://doi.org/10.1590/0103-6564e230054

Palavras-chave:

mania, psicanálise, psicopatologia, nosografia

Resumo

Nas últimas décadas, observa-se a emergência de um debate a respeito do pouco avanço nas pesquisas sobre a mania em psicanálise. Este artigo examina duas hipóteses que elegem a nosografia como fator explicativo elementar para essa lacuna: a primeira concerne ao amplo assentimento da categoria da psicose maníaco-depressiva, ao passo que a segunda se refere à adoção indistinta de categorias divergentes pelos psicanalistas. Contrariamente a essas interpretações, mas ainda dentro do mesmo quadro de referência, pretende-se sustentar que o fator mais decisivo para tal estagnação da pesquisa situa-se nas concepções de curso do quadro incorporadas pela psicanálise. Argumenta-se que, se, por um lado, o sentido de defesa atribuído à posição invariavelmente secundária da mania na circulação com a melancolia contribuiu para a delimitação metapsicológica do quadro, por outro, ela conduziu ao estreitamento exagerado de sua psicopatologia e à correspondente redução das pesquisas sobre esses casos.

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Publicado

2024-09-11

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Artigos

Como Citar

O silenciamento de um enigma: sobre a interpretação da mania como defesa . (2024). Psicologia USP, 35, e230054. https://doi.org/10.1590/0103-6564e230054