A voz do outro na literatura: Proust

Autores

  • Leda Tenório da Motta Universidade Estadual Paulista J. M. Filho; IBILCE; Departamento de Letras Modernas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-51771994000100005

Palavras-chave:

Literatura, Linguagem Crítica literária, Mentira, Proust, Marcel, 1871-1922

Resumo

No universo do romance de Marcel Proust,"Em Busca do Tempo Perdido", universo inteiramente subssumido numa voz narrativa, o sentido insiste em correr por fora do discurso, paradoxalmente. No romance, todos os personagens mentem, porque na linguagem estamos, sempre, todos deslocados. O sentido surge de desvios intrínsecos ao discurso: lapsos. Será que por essa via se forja uma abertura da escuta ao Outro? Ou será que essa via denuncia a recusa obstinada da orelha em perceber novas formas, uma resistência à voz do Outro, na exata medida em que esse outro conta? Será que uma poética da mentira se institui porque o outro existe? A modernidade literária, aqui representada por Proust, faz desse ardil da linguagem um modo de tornar a obra um problema.

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Publicado

1994-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

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