Direito e psicanálise: uma relação "ilegítima"?

Autores

  • Vassiliki-Piyi Christopoulou Université Paris 7 - Denis Diderot

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-65642007000300006

Palavras-chave:

Psicanálise aplicada, História da psicanálise, Psicanálise e política, Psicanálise e direito, Alienação

Resumo

Este artigo se propõe estudar alguns aspectos das interações entre direito e psicanálise e seus prolongamentos no campo político sob uma perspectiva epistemológica, histórica e conceitual. Longe de esgotar o assunto, essas considerações buscaram insistir no que resta inexplorado dessa relação complexa, qualificada por muitos como "ilegítima", mas cuja fecundidade e parentescos problemáticos tento demonstrar. Após tornar "legítima" uma colaboração que não parece evidente, e após retomar um Freud que se expressa freqüentemente como jurista, este artigo retoma os limites de tais interações. Pois se a articulação do individual e do coletivo é uma constante na obra freudiana, o método analógico entre processos psíquicos individuais e coletivos, que constituem uma problemática diferente, não encontrou um eco favorável. A hipótese da transmissão de traços mnêmicos nas massas certamente contribuiu para isso. Isto não deveria, contudo, obscurecer o fato que essa parte da obra freudiana mereceria ser mais explorada em suas dimensões metapsicológicas, sociológicas e políticas. Com efeito, a história das idéias e a história da própria psicanálise, enquanto história da produção das obras e dos conceitos, assim como a de seus criadores, só pode se enriquecer com isso, tal como é o caso da Interpretação dos Sonhos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

2007-09-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Direito e psicanálise: uma relação "ilegítima"?. (2007). Psicologia USP, 18(3), 91-111. https://doi.org/10.1590/S0103-65642007000300006