Consumismo e gozo: uma compreensão de ideologia entre T.W. Adorno e J. Lacan

Autores

  • Conrado Ramos Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; Núcleo de Pesquisa Psicanálise e Sociedade do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-65642008000200006

Palavras-chave:

Ideologia, Gozo, Consumo, T. W. Adorno, J. Lacan

Resumo

Questiona-se a possibilidade de investigar as relações entre indústria cultural e a dinâmica da satisfação com o consumo no mundo contemporâneo a partir da concepção de indivíduo compreendido como âmbito particular do sujeito da consciência afetado pela dimensão do inconsciente. Propõe-se o redirecionamento para a concepção de sujeito do inconsciente, ao qual pode-se conferir uma universalidade de estrutura e um assujeitamento de seus laços sociais à objetividade histórica. Essa mudança de foco permite pensar o imperativo de gozo como ideologia da sociedade de consumo: a força da ideologia, ao perder a pretensão à autonomia e adaptar-se à realidade material (Horhkeimer e Adorno), desloca-se do convencimento e do auto-engano que a caracterizava para a dimensão concreta e corporal da compulsividade e da pulsão. Por apoiar-se nas fixações alienantes do sujeito, a ideologia afirma e sustenta a condição neurótica e compulsiva do consumismo e da busca de satisfação particular como norma.

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Publicado

2008-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Consumismo e gozo: uma compreensão de ideologia entre T.W. Adorno e J. Lacan. (2008). Psicologia USP, 19(2), 199-212. https://doi.org/10.1590/S0103-65642008000200006