Práticas de cura místico-religiosas, psicoterapia e subjetividade contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0103-65642008000400012Palavras-chave:
Cura místico-religiosa, Subjetividade, Psicoterapia, Saúde mental coletiva, MisticismoResumo
Analisamos os resultados de uma pesquisa sobre as práticas de cura místico-religiosas (Evangélicas e Católica Renovadas e Umbanda) e sua comparação com o tratamento dos Ambulatórios de Saúde Mental públicos, para indivíduos com queixas de sofrimento psíquico. A análise estatística revelou que as práticas de cura místico-religiosas são eficazes na solução dos problemas que as procuraram, superando, a curto prazo, a eficácia obtida pelas práticas ambulatoriais. Um dos principais meios da eficácia das práticas de cura místico-religiosas consiste na adição de sentido de vários matizes, com destaque para o sentido radical de teor imaginário, que implica em adesões institucionais do tipo fanático ou ritualístico, em boa parte dos casos. As práticas de cura místico-religiosas parecem funcionar como ortopedias das "doenças" do individualismo contemporâneo, repondo com meios sintônicos aos sintomas alguma funcionalidade da categoria indivíduo. Como desdobramento da análise chegamos à hipótese sobre a existência de uma "Cultura do Misticismo" em estado avançado de formação no contexto brasileiro, como conseqüência das características culturais e dos efeitos da perturbação das relações do sujeito com o campo do simbólico, nas sociedades de consumo globalizado: de acentuada exclusão social e afetadas por uma importante crise de sentido conseqüente ao abalo dos ideais mais basilares do liberalismo.Downloads
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Publicado
2008-12-01
Edição
Seção
Artigos Originais
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Como Citar
Práticas de cura místico-religiosas, psicoterapia e subjetividade contemporânea. (2008). Psicologia USP, 19(4), 561-590. https://doi.org/10.1590/S0103-65642008000400012