Raiva, medo e o pequeno número: O indigenismo bolsonarista a partir de Arjun Appadurai

Autores

  • Marcos Pereira Rufino Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.189414

Palavras-chave:

política indigenista, terras indígenas, minorias, Bolsonaro, Arjun Appadurai

Resumo

As ações do governo federal no âmbito da política indigenista, no governo de Jair Bolsonaro, têm sido caracterizadas por um forte antagonismo aos direitos territoriais indígenas, consagrados na Constituição de 1988, e às políticas públicas de atenção a essas populações estabelecidas ao longo dos governos civis nas últimas três décadas. Este artigo discute as principais ações da política indigenista do governo Bolsonaro, como também as suas relações com o tema da diferença, a partir do trabalho de Arjun Appadurai, Fear of small number, publicado originalmente em 2006.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marcos Pereira Rufino, Universidade Federal de São Paulo
    Marcos Pereira Rufino é doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo e professor de Antropologia na Universidade Federal de São Paulo.

Referências

ALMEIDA, Ronaldo de. 2002. Traduções do fundamentalismo evangélico. Tese (Doutorado em Antropologia Social), PPGAS/USP, São Paulo.

AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras). 2019. Relatório indígenas do Brasil - atualização 2018. Departamento de Assuntos Indígenas da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (DAI-AMTB).

ANDERSON, Benedict. 1983. Imagined communities - reflections on the origin and spread of nationalism. London/New York: Verso/New Left Books.

APPADURAI, Arjun. 1990. “Disjuncture and difference in the global cultural economy”. Theory, culture & society, vol. 7, London.

Modernity at large: cultural dimensions of globalization. Minneapolis: Minnesota University Press.

“Soberania sem territorialidade: notas para uma geografia pós-nacional”. Novos estudos Cebrap, São Paulo, n. 49.

Fear of small numbers -- an essay on the geography of anger. Durham and London: Duke University Press.

BARROS, Ciro. 2019. “Operando com 10% do orçamento, Funai abandona postos e coordenações em áreas indígenas”. Pública - Agência de Jornalismo Investigativo. 25/03/2019. Disponível em: bit.ly/3eW8q9q Acesso em: 17/05/2021.

BESTARD, Joan e Contreras, Jesus. 1987. Bárbaros, paganos, salvajes y primitivos – una introducción a la antropologia. Barcelona: Barcanova.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. 2018. “Índios na Constituição”. Novos estudos Cebrap, São Paulo, v. 37, n. 03, set-dez.2019. “A contribuição da pesquisa sobre povos indígenas”. Campos, v. 20, n. 2, jul-dez.

CESARINO, Letícia. 2019. “Identidade e representação no bolsonarismo: corpo digital do rei, bivalência conservadorismo-neoliberalismo e pessoa fractal”. Revista de Antropologia, v. 62, n. 3, São Paulo: Universidade de São Paulo.

COLBY, Gerard; DENNETT, Charlotte. 1998. Seja feita a vossa vontade: a conquista da Amazônia: Nelson Rockefeller e o evangelismo na idade do petróleo. Rio de Janeiro: Record.

DIAMOND, Sara. 1989. Spiritual warfare - the politics of the christian right. Boston, MA: South End Press.

FERNANDES, Rubem César. 1980. "Um exército de anjos: as razões da Missão Novas Tribos". Religião e Sociedade, 6.

GALLOIS, Dominique & GRUPIONI, Luís D. 1999. "O índio na Missão Novas Tribos". In: R. Wright (org.), Transformando os deuses. Os múltiplos sentidos da conversão entre os povos indígenas no Brasil. Campinas: Editora da Unicamp.

Instituto Socioambiental (ISA). 2020. “PL da devastação” pode ser um “liberou geral” para mineração em 315 Terras Indígenas. Blog do ISA, 19/03/2020, São Paulo: Instituto Socioambiental. Disponível em: https://bit.ly/3xu2gmT Acesso em: 23/05/202

JOHNSTON, Kenneth. 1985. The story of the New Tribes Mission. Sanford, Florida: New Tribes Mission.

LE TOURNEAU, François-Michel. 2019. “O governo Bolsonaro contra os povos indígenas: as garantias constitucionais postas à prova”. Confins - Revue franco-brésilienne de géographie. n. 501.

MARQUES, Delcídes. 2013. Da vida santificada: a moralidade do caminho estreito. Tese (Doutorado em Antropologia Social), PPGAS/Unicamp, Campinas.

MARTY, Martin E. 1992. “Fundamentals of Fundamentalism”. In KAPLAN, L (Ed.) Fundamentalism in comparative perspective. New York: The University of Massachusetts Press.

NAÇÕES UNIDAS. 2020. “Íntegra do discurso do presidente do Brasil na Assembleia Geral”. ONU News. Disponível em: https://bit.ly/3roI0Sf Acesso em: 17/06/2021

ORO, Ivo Pedro. 1996. O outro é o demônio: uma análise sociológica do fundamentalismo. São Paulo: Paulus.

RICARDO, Fany e GONGORA, Majoí Fávero (Orgs.). 2019. Cercos e resistências: povos indígenas isolados na Amazônia brasileira. São Paulo: Instituto Socioambiental.

RODRIGUES, Douglas. 2019. “Desafios da atenção à saúde dos povos isolados e de recente contato” In: RICARDO e Gongorra. Cercos e resistências: povos indígenas isolados na Amazônia brasileira. São Paulo: Instituto Socioambiental.

SOUZA LIMA, Antonio Carlos de. 2015. “Sobre tutela e participação: povos indígenas e formas de governo no Brasil, século XX/XXI”. Mana, v. 21, Rio de Janeiro: UFRJ.

VALENTE, Rubens. 2017. Os fuzis e as flechas: a história de sangue e a resistência indígena na ditadura. São Paulo: Companhia das Letras.

Downloads

Publicado

2023-03-13

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Rufino, M. P. (2023). Raiva, medo e o pequeno número: O indigenismo bolsonarista a partir de Arjun Appadurai. Revista De Antropologia, 66, e189414. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.189414