“Não dá mais só para cantar”. Entrevista com Djuena Tikuna

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.202283

Palavras-chave:

Etnomusicologia, músicas indígenas, Djuena Tikuna

Resumo

Esta conversa com Djuena Tikuna aconteceu poucos dias antes do Indígenas.BR – Festival de Músicas Indígenas, organizado pela etnomusicóloga Magda Pucci. Djuena e eu participaríamos de um bate-papo sobre música ticuna tradicional e contemporânea no dia 7 de setembro de 2021.[1]. A data é bastante significativa, dia da Independência do Brasil, e naquele momento também bastante turbulenta em virtude de acontecimentos políticos importantes para o movimento indígena. Manifestações, tanto da direita quanto da esquerda, estavam marcadas para acontecerem em todo o Brasil. Naquele mês, cerca de seis mil pessoas, de 170 povos indígenas de todo o país, acamparam na Esplanada dos Ministérios à espera de um julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, da chamada tese do “marco temporal”. De acordo com esta tese, os indígenas que não estavam em suas terras em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da atual Constituição, não teriam mais direito sobre elas. A organização do movimento indígena para se opor ao “marco temporal” foi exemplar, adiando a votação e dando visibilidade ao absurdo da tese.

 

[1] A gravação do evento pode ser assistida no YouTube, neste link https://youtu.be/bxdHyAn_378

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Biografia do Autor

  • Edson Tosta Matarezio Filho, Universidade de São Paulo

    Edson Tosta Matarezio Filho é professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Autor do livro A Festa da Moça Nova - Ritual de iniciação feminina dos índios Ticuna (Humanitas FFLCH/FAPESP, 2019). Dirigiu os filmes documentários "O que Lévi-Strauss deve aos Ameríndios" (LISA, 2013), "IBURI Trompete dos Ticuna" (LISA, 2014), "Caminho de Mutum" (LISA, 2018) e “Mapana” (LISA, 2019).

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Publicado

2023-01-06 — Atualizado em 2023-01-06

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Seção

Entrevista

Como Citar

Matarezio Filho, E. T. (2023). “Não dá mais só para cantar”. Entrevista com Djuena Tikuna. Revista De Antropologia, 65(2), e202283. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.202283