Um sobrevôo no "Caso Marie Curie": um experimento de antropologia, gênero e ciência

Autores

  • Gabriel Pugliese Escola de Sociologia e Política de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-77012007000100009

Palavras-chave:

ciência, gênero, antropologia simétrica, feminismo, Marie Curie, radioatividade

Resumo

O presente artigo visa fazer uma releitura do "Caso Marie Curie" sob o signo do acontecimento. O intuito, assim, é explorar relações constituintes da controvérsia que se desdobrou no prêmio Nobel de 1903, que laureou a descoberta da radioatividade e de elementos radioativos. A porta de entrada, para tal empreitada, serão as mediações entre as relações de gênero e os não-humanos mobilizados nos laboratórios. Baseado nessas mediações, descrevo a diferença de possibilidades masculino/feminina em fazer-existir a Natureza em relação ao poder que a definição de gênero dá a uns em detrimento de outros, mas também como ao fazer-existir a radioatividade constituiu-se um devir, que fez essa relação gaguejar, mudando-a de sentido. O "Caso Marie Curie" torna imediatamente inseparável dois domínios: tanto o envolvimento das relações de gênero na produção científica quanto o envolvimento da ciência nas relações de gênero. Esse acontecimento ressoa para abordagens antropológicas e feministas da ciência. Assim, coloco-as em discussão na medida em que as relações de poder fizeram-me respeitar o devir que o ofício da cientista pôs em cena: a radioatividade.

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Publicado

2007-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Pugliese, G. (2007). Um sobrevôo no "Caso Marie Curie": um experimento de antropologia, gênero e ciência. Revista De Antropologia, 50(1), 347-385. https://doi.org/10.1590/S0034-77012007000100009