Re-existências: notas de uma antropóloga negra em meio a concursos públicos para o cargo de magistério superior

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.189647

Palavras-chave:

Re-existências, Concursos, Negras

Resumo

Graças às políticas de ações afirmativas com reserva de vagas nas universidades públicas brasileiras vivemos atualmente um período de visibilidade de negros/as, indígenas, pessoas de baixa renda, quilombolas, populações LGBTT+, dentre outras. Essas presenças diversas no contexto universitário nos convidam ao exercício reflexivo sobre o ser/fazer universidade. Ao concluir nossas formações em nível superior, nos encontramos nas lutas cotidianas de buscar oportunidades profissionais que abarquem esses/as sujeitos/as em um sistema capital que continua estruturado por várias perspectivas opressivas, como o racismo e o sexismo. Assim, a partir das propostas teóricas de Alberto Guerreiro Ramos sobre a relação entre o negro-tema e o negro-vida e do amor como prática de liberdade de bell hooks, este artigo pretende tecer algumas grafias de re-existências diante da participação de uma antropóloga negra em concursos públicos para o cargo de magistério superior em universidade pública do sul do Brasil.

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Biografia do Autor

  • Alexandra Eliza Vieira Alencar, Universidade Federal de Santa Catarina

    Alexandra E. V. Alencar é professora do Departamento de Antropologia da UFSC, doutora em Antropologia Social (PPGAS/UFSC), rainha do Maracatu Arrasta Ilha, pesquisadora do Núcleo de Identidades e Relações Interétnicas da UFSC (NUER/UFSC) e do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades da UFSC (NIGS/UFSC), coordenadora da Aláfia Casa de Cultura e mãe do Nagô e do Irê.

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Publicado

2021-10-22

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Artigos

Como Citar

Alencar, A. E. V. (2021). Re-existências: notas de uma antropóloga negra em meio a concursos públicos para o cargo de magistério superior. Revista De Antropologia, 64(3), e189647. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.189647