O tempo do mutirão: sentidos e (re)arranjos de família e casa entre mutirantes em um bairro periférico de São Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.192798

Palavras-chave:

Casa, Família, Gênero, Movimentos de moradia, Sofrimento

Resumo

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra Leste I é um movimento social de luta por moradia que historicamente, desde a década de 1980, obtém atendimento para famílias militantes via mutirão autogestionário. O aqui denominado ‘tempo do mutirão’ refere-se a uma marcação temporal por parte dos mutirantes do período de duração do mutirão, desde o alcance da pontuação necessária e a decisão em de fato integrar uma demanda específica, passando por todo o processo de obra e chegando à mudança para a nova casa. Este artigo discute as inter-relações entre os termos família e casa a partir de narrativas de mutirantes da Leste I, sobre seus (re)arranjos familiares e domésticos durante e depois do mutirão a fim de realizar algumas reflexões etnográficas sobre as relações entre Estado e movimentos de moradia no atendimento habitacional a essas famílias.

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Biografia do Autor

  • Carlos Filadelfo, Universidade Federal do Piauí. Teresina, PI, Brasil

    Carlos Filadelfo é Professor Adjunto do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPI. Possui graduação em Ciências Sociais pela UNICAMP, mestrado e doutorado em Antropologia Social pela USP e pós-doutorado em Antropologia pela UFPI. É coordenador do Grupo de Pesquisa em Antropologia e Política (GAP) da UFPI e pesquisador do Hybris (USP e UFSCAR) e do NuAP (UFRJ/MN).

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Publicado

2022-04-27

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Filadelfo, C. (2022). O tempo do mutirão: sentidos e (re)arranjos de família e casa entre mutirantes em um bairro periférico de São Paulo. Revista De Antropologia, 65(1), e192798. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.192798