Sentidos e fantasias sobre o “luxo” na prostituição de “alto escalão” carioca

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.189656

Palavras-chave:

Prostituição de luxo, Representações, Fantasias, Casas de luxo

Resumo

O artigo pretende acessar, por meio da indicação de representações comuns a respeito da prostituição e da prostituta dita de luxo, as fantasias relacionadas a este contexto e a estas mulheres como de “exclusividade”, “distinção” e da figura imaginada da “prostituta universitária”. Busca-se então entender como estas representações, de ampla circulação (tanto no senso comum quanto na produção mediática e acadêmica) atuam como dispositivos de mercado, estratégicos para moderar a visibilidade das práticas “altamente sigilosas” relacionadas ao agenciamento, venda e consumo de sexo prostituído de alto escalão. Ao longo desta discussão, analisa-se as formas pelas quais se constrói a ideia de distinção da “prostituição de luxo”.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Natânia Lopes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Natânia Lopes é antropóloga e escritora. Mestre e Doutora em Ciências Sociais pela UERJ. Pós-doutoranda em Letras pela UFF.

Referências

ADAMS, Becky. 2012. Madam – Prostitutes, Punters and Puppets: Memoirs of a very British brothel. New Jersey, BookBaby.

ALCOFORADO, Michel Fontenelle. 2016. Coisas de Rico: tempo, valores e posição social. Rio de janeiro, tese de Doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

ALVES, Fabio Lopes. 2012. A Construção Social do Corpo Feminino: um estudo a partir da prostituição feminina de luxo. Revista TEL – revista tempo, espaço e linguagem, v. 3, n. 2: 133-152.

BACELAR, Jeferson Afonso. 1982. A Família da Prostituta. Salvador, Fundação Cultural do Estado da Bahia (Ensaios 87).

BENVENUTTI, Lola. 2014. O Prazer é Todo Nosso. Santa Catarina, Mosarte.

BENVENUTTI, Lola. 2017. Porque os Homens me Procuram – aprenda com uma profissional a apimentar sua relação. Rio de Janeiro, Editora Planeta.

BLANCHETTE, Thaddeus; SILVA, Ana Paula da. 2011. “Amor um Real por Minuto: a prostituição como atividade econômica no Brasil urbano”. In: PARKER, Richard; CORREA, Sônia (Orgs.). Sexualidade e política na América Latina: histórias, intersecções e paradoxos. Rio de Janeiro, ABIA, pp.192-233.

BOURDIEU, Pierre. 2005. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil.

BRAGA, Luan; SANTOS, Fabiana. 2014. “Marketing, Luxo e Prostituição: a série O Negócio”. Anagrama, v. 9, n. 1: 01-15.

CAMINHAS, Lorena Rúbia Pereira. 2021. “Webcamming erótico comercial: nova face dos mercados do sexo nacionais”. Revista de Antropologia, v. 64, n. 1: DOI https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2021.184482

CASTARÈDE, Jean. 2005. O Luxo: os segredos dos produtos mais desejados do mundo. São Paulo, Editora Barcarolla.

CORRÊA, Sonia; OLIVAR, José Miguel Nieto. 2010. The Politics of Prostitution in Brazil: Between “state neutrality” and “feminist troubles”. Mimeo. https://www.academia.edu/20109482/The_Politics_of_Prostitution_in_Brazil_Between_state_neutrality_and_feminist_troubles_

DESIDÉRIO, Plábio Marcos Martis; DUARTE, Lalilson. 2017. “Trabalhadoras do Sexo na Série da HBO, O Negócio: Representações e a Prostituição de Luxo”. Revista Observatório, v. 3, n. 3: 506-531.

ELIAS, Norbert. [1939] 1993. O processo civilizador – Vol I: Uma história dos costumes. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

FREUD, Sigmund. [1927] 1995. “Le Fétichisme”. In: La Vie Sexuelle. Paris, PUF, pp. 133-138.

FREUD, Sigmund. [1905] 2016. Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade – Análise Fragmentária de Uma Histeria (“O Caso Dora”) e Outros Textos. [1901-1905]. Rio de Janeiro, Cia das Letras.

GASPAR, Maria Dulce. 1985. Garotas de Programa – prostituição em Copacabana e identidade social. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor.

GEERTZ, Clifford. [1926] 2015. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro, Editora LTC.

HELENE, Diana. 2017. “O Movimento Social das Prostitutas e o Direito à cidade para as Mulheres”. Seminário Internacional Fazendo Gênero – 11& 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos), Florianópolis.

LIRA, Bárbara Rebeka Gomes de. 2014. A Difícil Vida Fácil: o mundo da prostituição e suas representações na cidade de Manaus (1890-1925). Manaus, dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Amazonas.

LOPES, Natânia. 2015. “Controle Sobre os Corpos e Administração do Tempo em Bordeis Cariocas”. Revista Ponto Urbe, n. 17. DOI: https://doi.org/10.4000/pontourbe.2799

LOPES, Natânia. 2016. Experimento em Etnografia ou Sobre o que Nos Diz Giovana – um estudo sobre prostituição “de luxo” no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, tese de doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

NAIDIN, Silvia. 2016. (Bio)tecnologias do corpo e do gênero: uma análise da construção de corporalidades femininas. Rio de Janeiro, tese de doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

MALINOWSKI, Bronislaw. [1922] 1978. Os Argonautas do Pacífico Ocidental. Rio de Janeiro, Abril Cultural.

MARX, Karl. [1867]. “O Fetichismo da Mercadoria e o Seu Segredo”. In: O Capital – Vol. I. Brasília: Domínio Público. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ma000086.pdf

MCCLINTOCK, Anne. 2010. Couro Imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas, Editora da Unicamp.

MORAES, Aparecida. 1996. Mulheres da vila: prostituição, identidade social e movimento associativo. Petrópolis, Vozes.

OLIVAR, José Miguel Nieto. 2013. Devir Puta: políticas da prostituição de rua na experiência de quatro mulheres militantes. Rio de Janeiro, EdUERJ.

PACHECO, Raquel. 2006. O Que Aprendi Com Bruna Surfistinha: lições de uma vida nada fácil. São Paulo, Panda Editora.

PEIRANO, Mariza. 2006. A Teoria Vivida: E Outros Ensaios. Rio de Janeiro, Zahar.

PERLONGHER, Nestor. 2008. O Negócio do Michê – a prostituição viril em São Paulo. São Paulo, Editora Fundação Perseu Abramo.

PINTO, Mariana Veloso. 2018. Prostituição de luxo: sentidos e representações atribuídos à prostituição de luxo em contexto universitário. Braga, dissertação de mestrado, Universidade do Minho.

PISCITELLI, Adriana. 2012. “Exploração sexual, trabalho sexual: noções e limites”. Seminário Corpos, sexualidade e feminilidade. Rio de Janeiro.

QUAN, Tracy. 2001. Diary of a Manhattan Call Girl. Nova Iorque, Crown.

RAGO, Margareth. 2008. Os Prazeres da Noite: prostituição e códigos da sexualidade feminina em São Paulo (1890-1930). São Paulo, Paz e Terra.

ROCHEDO, Aline Lopes. 2021. “Individualidade e produção do feminino através da moda urbana Lolita.” Revista de Antropologia, v. 64, n. 1. DOI 10.11606/1678-9857.ra.2021.184475

RUSSO, Glaucia. 2007. “No Labirinto da Prostituição: o dinheiro e seus aspectos simbólicos”. Caderno CRH, v. 20, n. 51: 497-514. https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-49792007000300009&script=sci_abstract&tlng=pt

SELLERS, Terence. “Introdução”. [1886] 2000. In: KRAFFT-EBING, Richard von. Psychopathia Sexualis: as histórias de caso. São Paulo, Martins Fontes.

SIMÕES, Soraya. 2010. Identidade e Política: a prostituição e o reconhecimento de métier no Brasil. Revista R@u, v. 2, n. 1: 24-46.

SURFISTINHA, Bruna. 2005. O Doce Veneno do Escorpião: o diário de uma garota de programa. São Paulo, Panda Books.

SURFISTINHA, Bruna. 2008. Na cama com Bruna Surfistinha. São Paulo, Panda Books.

SURFISTINHA, Bruna. 2012. 100 dicas de sedução de Bruna Surfistinha. São Paulo, Panda Books.

WEBER, Max. 2005. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo, Editora Martin Claret.

SCHWARTZMAN, Helena. 1993. Studying Up and Studying Down: Ethnography in Organizations. Londres, SAGE Publications.

URACH, Andressa. 2015. Morri Para Viver: meu submundo da fama, droga e prostituição. São Paulo, Planeta do Brasil.

VELHO, Gilberto. 2001. “Biografia, Trajetória e Mediação”. In: KUSCHNIR, Cristina; VELHO, Gilberto. Mediação Cultura e Política. Rio de Janeiro, Aeroplano, pp. 15-28.

Downloads

Publicado

2021-10-22

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Lopes, N. (2021). Sentidos e fantasias sobre o “luxo” na prostituição de “alto escalão” carioca. Revista De Antropologia, 64(3), e189656. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.189656