A História de Carolina. Um estudo de caso sobre a difusão de um mito no Sudoeste Amazônico

Autores

  • Peter Gow University of St Andrews. St. Andrews, Escócia

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.192829

Palavras-chave:

Ensemble, Mitologia, Incesto, História, Lua

Resumo

Um povo pode desaparecer, mas não uma história. Isso foi o que ocorreu com um mito kuniba, narrado a Nimuendaju por Carolina, em uma situação de remoção forçada promovida pelo Estado brasileiro no começo do século XX. O mito em questão falava da origem da lua, ocasionada pelo incesto de um irmão com uma irmã. Até o começo do século XX, povos vizinhos dos Kuniba, como os Cashinahua e os Kanamari, tinham narrativas muito distintas sobre a origem da lua. No entanto, ao longo do século, com a partida dos Kuniba, o tema do incesto entre irmão e irmã passa a estar presente nas narrativas, difundindo-se pela região das bacias dos rios Juruá e Purus. Isso conduz a uma reflexão sobre o problema da “causalidade informacional”, sobre a “política externa” estabelecida entre diferentes povos e sobre a “dialética espacial” promovida pelos mitos.

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Publicado

2022-04-27

Edição

Seção

Dossiê - Entre a mitologia e a etnografia: transformações nas Américas indígenas

Como Citar

Gow, P. (2022). A História de Carolina. Um estudo de caso sobre a difusão de um mito no Sudoeste Amazônico. Revista De Antropologia, 65(1), e192829. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.192829