“O subúrbio desperta!” : da cidade fragmentada à belle époque suburbana carioca no espectro da revolução urbana (1902-1922)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.20.2024.224470Palavras-chave:
Belle Époque, Rio de Janeiro, Modernidade, Urbanização, SubúrbioResumo
O presente artigo propõe analisar as representações da chamada Belle Époque desenvolvidas no subúrbio do Rio de Janeiro. Serão utilizadas como fontes principais as revistas ilustradas produzidas durante o período de 1902 e 1922, em especial as revistas suburbanas. Será abordado, também, a construção de uma perspectiva que nos permita construir a ideia de "cidade fragmentada", sob a ótica do processo hegemônico desenvolvido em torno da ideia de “Cidade Maravilhosa”, sendo esta a liga subjetiva de identidade carioca que nos subúrbios da cidade encontrou terreno específico que desenvolveu a sua percepção de cidade, partindo das necessidades e mobilização locais. Mesmo diante do anseio de replicar nos distantes bairros suburbanos o que se via e ouvia sobre a modernização da então cidade, com seus passeios e a grande Avenida Central - mais tarde, Rio Branco -; suas lojas de novas modas; sua pedagogia dos costumes e tudo mais, nos importa nesta proposta mostrar que houve uma belle époque suburbana, uma busca pelo ideal do período no que diz respeito a ser moderno. Dentro desses fragmentos de cidade espalhados sobre espaços que transitavam entre o rural e o urbano, ligados pela ideia hegemônica de “Cidade Maravilhosa”, caminharemos entre incessantes reclames por necessidades de melhorias, melhoramentos e críticas políticas, assim como afagos às instituições públicas que olhem pelo subúrbios e suas expressões sociais e culturais, com suas diferentes particularidades e seu modo de vida que buscava despertar sob o progresso transformador das realidades materiais.
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