Filantropia corporativa a serviço do capital: uma visão histórico-crítica do fomento da Fundação Ford à produção feminista acadêmica brasileira (1978-1998)

Autores

  • Karolliny Joally das Neves Miranda Universidade Federal de Campina Grande
  • Michelly Pereira de Sousa Cordão Universidade Federal de Campina Grande

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.v12i17p189590

Palavras-chave:

Produção feminista acadêmica brasileira , Fundação Ford , Filantropia corporativa

Resumo

No contexto da Guerra Fria (1945-1991), as instituições filantrópicas privadas exerceram um papel determinante no fortalecimento da hegemonia estadunidense. Aqui no Brasil, a instituição que mais atuou nesse sentido foi a Fundação Ford (FF). Entre as inúmeras ações estratégicas empreendidas por esta instituição, destaca-se o apoio financeiro dado por ela à produção feminista acadêmica em nosso país. Dito isso, o presente artigo busca problematizar, através de uma postura histórico-crítica, esse engajamento da FF no avanço da produção feminista acadêmica brasileira, destacando os interesses por trás dessa intervenção. Através da exposição de três exemplos histórico-concretos – sua parceria com a Fundação Carlos Chagas e seu apoio ao jornal Mulherio e à Revista Estudos Feministas – busca-se, também, demonstrar o papel determinante exercido pela FF na institucionalização dos estudos feministas em nosso país. O artigo tem como base de pesquisa material de cunho bibliográfico, que se trata de uma metodologia já bastante empregada nos processos de construção de conhecimento científico.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Karolliny Joally das Neves Miranda, Universidade Federal de Campina Grande

    Mestranda em História pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

  • Michelly Pereira de Sousa Cordão, Universidade Federal de Campina Grande

    Professora na Unidade Acadêmica de História da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Referências

ADORNO, S.; CARDIA, N. “Das análises sociais aos direitos humanos”. BROOKE, N.; WITOSHNYNSKY, M. (Org.). Os 40 anos da Fundação Ford no Brasil: uma parceria para a mudança social. Rio de Janeiro: Fundação Ford; São Paulo: Edusp, 2002.

BIROLI, F. Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.

CHAVES, W. da S. O Brasil e a recriação da questão racial no pós-guerra: um percurso através da história da Fundação Ford. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

CORRÊA, M. “Do feminismo aos estudos de gênero no Brasil: um exemplo pessoal”. Cadernos Pagu, v. 16, n. 1, p. 13-30, 2001.

COSTA, A. et al. “Pesquisa sobre a mulher no Brasil: do limbo ao gueto?”. Cadernos de Pesquisa, v. 54, p. 5-15, 1985.

DINIZ, D.; FOLTRAN, P. “Gênero e feminismo no Brasil: uma análise da Revista Estudos Feministas”. Estudos Feministas, v. 12, n. spe., p. 245-253, 2004.

FEDERICI, S. “Rumo a Pequim: como a ONU colonizou o movimento feminista”. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Elefante, 2019.

GROSSI, M. “A Revista Estudos Feministas faz 10 anos: uma breve história do feminismo no Brasil”. Estudos Feministas, v. 12, n. spe., p. 211-221.

HEILBORN, M. L.; SORJ, B. “Estudos de gênero no Brasil (1975-1995)”. MICELLI, S. (Org.). O que ler na ciência social brasileira (1970- 1995). São Paulo: Sumaré, 1999.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2003.

PEDRO, M. J. P. “As representações do corpo feminino nas práticas contraceptivas, abortivas e no infanticídio – século XX”. MATOS, M. I. S. de; SOIHET, R. (Org.). O corpo feminino em debate. São Paulo: Editora Unesp, 2003.

ROCHA, E. S. S. A Fundação Ford e o fomento para instituições estratégicas e lideranças acadêmicas no Brasil: análise sobre a parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Tese (Doutorado) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.

ROSEMBERG, F. “Estudos sobre a mulher e relações de gênero”. MICELI, S. (Org.). A Fundação Ford no Brasil. São Paulo: Sumaré, 1993.

SOUZA, M. C. de M. e. “Dos estudos populacionais à saúde reprodutiva”. BROOKE, N.; WITOSHNYNSKY, M. (Org.). Os 40 anos da Fundação Ford no Brasil: uma parceria para a mudança Social. Rio de Janeiro: Fundação Ford; São Paulo: Edusp, 2002.

TAMIÃO, J. S. Escritas feministas: os jornais Brasil Mulher, Nós Mulheres e Mulherio (1975-1988). Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.

TELES, A; LEITE, R. S. C. Da guerrilha à imprensa feminista: a construção do feminismo pós-luta armada no Brasil (1975-1980). São Paulo: Intermeios, 2013.

Downloads

Publicado

2021-11-29

Edição

Seção

Dossiê: História, Gênero & Sexualidade

Como Citar

Filantropia corporativa a serviço do capital: uma visão histórico-crítica do fomento da Fundação Ford à produção feminista acadêmica brasileira (1978-1998). (2021). Revista Angelus Novus, 12(17), 189590. https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.v12i17p189590