Ditadura brasileira e desdobramentos da violência e desigualdade social

Autores

  • Luis Eduardo Franção Jardim Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia
  • Mariana Luzia Aron Pontifícia Universidade Católica - PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.11606/ran.v7i12.99053

Palavras-chave:

Ditadura civil-militar, Violência, Humilhação social, Psicologia Social

Resumo

A violência é um dos principais temas de pesquisa sobre a ditadura civil-militar brasileira. Quando a violência é pensada no contexto da ditadura, a tortura é o tema de maior destaque, no entanto, outros modos de dominação alimentados pelo regime autoritário não foram tão explícitos e afetam direta e indiretamente as possibilidades de existência de todos os cidadãos brasileiros. Ao longo dos 21 anos da ditadura, a máquina autoritária do regime penetrou a fundo na estrutura de formação social e econômica do país, transformando e deixando marcas na educação, saúde, justiça, cultura e nas polícias do país. As ações políticas do regime, fundadas no combate ao comunismo, favoreceram o desenvolvimento de uma classe sobre outras, fomentando a desigualdade social e os desdobramentos políticos da desigualdade, intensificando o fenômeno da humilhação social. Trata-se de uma força sorrateira, cristalizada nas relações sociais e que, por ser considerada corriqueira, é raras vezes questionada. Entretanto, sua força penetra a fundo nas relações sociais e produz uma angústia que é, simultaneamente, um sofrimento com características psicológicas e políticas. Humilhação social não foi instituída originariamente pela ditadura, mas é um fenômeno antigo, que muito antes já impôs seu golpe aos antepassados. A ditadura intensificou as condições de possibilidade que intensificaram e aprofundaram a humilhação social, agravada também pela continuidade autoritária pós redemocratização. 

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Biografia do Autor

  • Luis Eduardo Franção Jardim, Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia

    Psicólogo e psicoterapeuta fenomenológico-existencial graduado pela PUC-SP. Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Doutorando do Instituto de Psicologia da USP-SP, desenvolvendo pesquisa sobre as repercursões da violência e autoritarismo da ditadura civil-militar no cotidiano do brasileiro. Membro pesquisador do Laboratório de Estudos do Imaginário da Universidade de São Paulo-SP (LABI-USP). Ministra grupos de estudos focados na obra de Martin Heidegger e suas pesquisas buscam aprofundar o desenvolvimento de um pensamento político e “social” fundado na fenomenologia. 

  • Mariana Luzia Aron, Pontifícia Universidade Católica - PUC-SP

    Psicóloga formada pela PUC-SP. Mestre em Psicologia Social pela PUC-SP, é professora universitária de Psicologia e atua com psicóloga comunitária em comunidades e cooperativas.

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Publicado

2018-11-09

Edição

Seção

Dossiê temático: 1964, 50 anos depois - perspectivas para uma história recente

Como Citar

Ditadura brasileira e desdobramentos da violência e desigualdade social. (2018). Revista Angelus Novus, 12(12), 41-60. https://doi.org/10.11606/ran.v7i12.99053