Poética dos materiais na arquitetura contemporânea

Autores

  • Ricardo Fabbrini Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9772.i14p5-32

Palavras-chave:

Arte, Arquitetura, Contemporâneo, Sublime, Imaterial, Resistência

Resumo

Este artigo trata da convergência entre arte e arquitetura em uma poética dos materiais. Partindo da reflexão de “Dentro do nevoeiro” (Ubu, 2018), de Guilherme Wisnik, investigamos em que medida certa arte e arquitetura ainda podem promover o sentimento de assombro em um mundo caracterizado pela dimensão global do espetáculo midiático e da tecnociência. É na poética do nublamento que localizamos formas residuais e emergentes de resistência à arte e arquitetura hegemônicas no capitalismo neoliberal, tais como as fotografias de Michael Wesely; as instalações de Olafur Eliasson; e as construções do escritório SANAA de Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa; e do escritório Diller + Scofidio, de Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio. É na forma da presença imaterial da névoa que as obras destes artistas e arquitetos abrem um campo de indeterminação em relação ao devir, na medida em que elas se opõem à comunicação corriqueira e às imagens hegemônicas que apenas reforçam a realidade existente.

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Biografia do Autor

  • Ricardo Fabbrini, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia.

    Professor do departamento de filosofia da USP

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Publicado

2020-12-03

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Fabbrini, R. (2020). Poética dos materiais na arquitetura contemporânea. Rapsódia, 1(14), 5-32. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9772.i14p5-32