Estresse, ciclo reprodutivo e sensibilidade cardíaca às catecolaminas

Autores

  • Ana Paula Tanno UNICAMP; Faculdade de Odontologia de Piracicaba; Departamento de Ciências Fisiológicas
  • Fernanda Klein Marcondes UNICAMP; Faculdade de Odontologia de Piracicaba; Departamento de Ciências Fisiológicas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1516-93322002000300004

Palavras-chave:

Estresse, Catecolaminas, Ciclo reprodutivo, Coração

Resumo

O estresse representa a resposta do organismo a estímulos aversivos ou a situações desconhecidas, cuja finalidade é a adaptação do indivíduo à nova condição. O agente estressante pode ser físico, químico, emocional e social. Diferentes estressores estão presentes no cotidiano dos seres humanos e podem favorecer o desenvolvimento de doenças degenerativas e acelerar o processo de envelhecimento, afetando o funcionamento de todo o organismo. Os principais mediadores da reação de estresse são as catecolaminas (norepinefrina e a epinefrina) liberadas pelo sistema nervoso simpático e pela medula da glândula supra-renal, e os glicocorticóides liberados pelo córtex da supra-renal. As catecolaminas e os glicocorticóides iniciam eventos celulares que promovem mudanças adaptativas em células e tecidos, com a função de proteger o organismo e garantir a sua sobrevivência. Essa resposta a agentes estressores pode ser modificada pelas características do estímulo estressor e do indivíduo. Entre estas merecem destaque a idade, o sexo e, em fêmeas, a fase do ciclo reprodutivo. As variações nos níveis dos esteróides sexuais estradiol e progesterona, características do ciclo reprodutivo, modulam a secreção de CRH, ACTH e glicocorticóides que ocorrem na reação de estresse e estão envolvidos nas diferenças de resposta entre homens e mulheres. Vários estudos demonstraram que a exposição a estímulos estressores pode induzir alterações de sensibilidade às catecolaminas no tecido cardíaco, as quais têm sido relacionadas com processos adaptativos. Estas alterações incluem mudanças na atividade dos sistemas de metabolização das catecolaminas, na afinidade ou no número dos adrenoceptores, no acoplamento entre o receptor e a proteína G e em processos enzimáticos, que medeiam etapas intracelulares após a ativação do receptor. O estudo de tais alterações pode auxiliar na compreensão das alterações cardíacas observadas na espécie humana após exposição à água e à natação.

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Publicado

2002-09-01

Edição

Seção

Trabalhos de Revisão

Como Citar

Estresse, ciclo reprodutivo e sensibilidade cardíaca às catecolaminas. (2002). Revista Brasileira De Ciências Farmacêuticas, 38(3), 273-289. https://doi.org/10.1590/S1516-93322002000300004