Concentração plasmática de glutamina e glutamato em ciclistas de elite durante duas temporadas de treinamentos e competições

Autores

  • Helio Antonio Correa de Souza Universidade de São Paulo; Instituto de Ciências Biomédicas
  • Ronaldo Vagner Thomathiele dos Santos Universidade de São Paulo; Instituto de Ciências Biomédicas
  • Elias José Correa de Souza Universidade de São Paulo; Instituto de Ciências Biomédicas
  • Patrícia Rogeri Universidade de São Paulo; Instituto de Ciências Biomédicas
  • Marco Carlo Uchida Universidade de São Paulo; Instituto de Ciências Biomédicas
  • Luís Fernando Bicudo Pereira Costa Rosa Universidade de São Paulo; Instituto de Ciências Biomédicas
  • Antonio Herbert Lancha Junior Universidade de São Paulo; Escola de Educação Física e Esporte

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1807-55092005000400004

Palavras-chave:

Glutamina, Glutamato, Overreaching, Cortisol, Ciclismo

Resumo

É bem descrito que atletas que praticam atividade física exaustivas podem apresentar, ao final de um macrociclo de competições, sinais de “overtraining”/”overreaching” que incluem a diminuição no desempenho e muitas mudanças fisiológicas, metabólicas e psicológicas. Na tentativa de identificar possíveis sinais do “overreaching”, nós estudamos um grupo de 10 ciclistas profissionais, peso 72,1 ± 3,5 kg, consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) 73,96 ± 3,7 mL.kg-1.min-1, idade 23 ± 4,01 anos, durante dois macrociclos anuais consecutivos. O VO2 máx e a concentração sangüínea de lactato, durante um teste incremental máximo, foram utilizados para avaliar o desempenho dos atletas e a concentração plasmática de cortisol, glutamina e glutamato, como marcadores metabólicos do “overreaching”. Durante o período de dois anos, nove amostras de sangue foram coletadas por punção venosa após os períodos de treinamento de alta intensidade e de competições. O VO² máx (74,9 ± 1,69 mL.kg-1.min-1 e 77,62 ± 3,37 mL.kg-1.min-1, respectivamente início e final do primeiro macrociclo) e a concentração plasmática de lactato não tiveram alterações durante o estudo, contudo, ao final de ambos macrociclos, os atletas apresentaram sinais de fadiga, percebidos através da escala de esforço subjetivo de Borg e pelo fato de não conseguirem suportar as mesmas cargas ao final dos testes (exaustão precoce). A concentração plasmática de glutamina (559,8 µmo.l-1 para 531,7 µmo.l-1 no primeiro macrociclo e 438,7 µmo.l-1 para 393,06 µmo.l-1 no segundo macrociclo) e do glutamato (214 µmo.l-1 para 167,2 µmo.l-1 no primeiro macrociclo e 244,2 µmo.l-1 para 205,64 µmo.l-1 no segundo macrociclo) diminuíram e a concentração plasmática de cortisol (363,15 µmo.l-1 para 569,66 µmo.l-1 no segundo macrociclo) aumentou. Com isso, nós concluímos que durante um macrociclo competitivo as mudanças na concentração plasmática de glutamina, glutamato e cortisol, podem ser utilizadas como marcadores precoces de um estágio de “overreaching”.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

2005-12-01

Edição

Seção

naodefinida

Como Citar

Souza, H. A. C. de, Santos, R. V. T. dos, Souza, E. J. C. de, Rogeri, P., Uchida, M. C., Rosa, L. F. B. P. C., & Lancha Junior, A. H. (2005). Concentração plasmática de glutamina e glutamato em ciclistas de elite durante duas temporadas de treinamentos e competições . Revista Brasileira De Educação Física E Esporte, 19(4), 295-306. https://doi.org/10.1590/S1807-55092005000400004