As adaptações na capacidade aeróbia não são transferidas para a capacidade de sprints repetitivos

Autores

  • Carlos Augusto Kalva-Filho Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
  • João Paulo Loures Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
  • Paulo Eduardo Redkva Universidade Estadual Paulista. Instituto de Biociências, Rio Claro, SP, Brasil
  • Alessandro Moura Zagatto Universidade Estadual Paulista, Bauru, SP, Brasil
  • Marcelo Papoti Universidade de São Paulo. Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.11606/1807-5509202000030365

Palavras-chave:

Treinamento, OBLA, Corredores, Velocidade Média

Resumo

No presente estudo, objetivou-se testar se a melhora da capacidade aeróbia, observada após oito semanas de treinamento, é transferida para a capacidade de sprints repetitivos (CSR). Dez corredores (18 ± 1 ano; estatura de 170,1 ± 8,0 cm; massa corporal de 66,4 ± 6,6 kg) participaram do estudo. A capacidade aeróbia foi considerada como a intensidade correspondente à concentração de 4 mM de lactato (OBLA), determinada durante teste incremental, realizado em pista de atletismo. A capacidade de sprints repetitivos foi avaliada por meio de seis sprints de 35 m, separados por dez segundos de intervalo passivo. Todos os testes foram aplicados antes e após oito semanas de treinamento polarizado. Os efeitos do treinamento foram evidenciados por meio do teste t de Student para amostras dependentes, e as possíveis relações entre as alterações percentuais do OBLA e a CSR foram verificadas pelo teste de correlação de Pearson. Para todas as análises o nível de significância foi de p < 0,05. Após o treinamento, todos os participantes apresentaram aumento significativo da intensidade de OBLA (antes 15,4 ± 0,9 km·h-1; após 17,2 ± 1,6 km·h-1; p = 0,01). Na avaliação da CSR, constatou-se que a velocidade máxima, a velocidade média e o índice de fadiga não foram modificados com o treinamento (p > 0,61). Nenhuma correlação foi observada entre as alterações percentuais da intensidade de OBLA e as alterações das variáveis relacionadas à capacidade de sprints repetitivos (r < – 0,26; p > 0,47). Assim, esses resultados demonstram que a melhora da capacidade aeróbia não é transferida para a CSR, avaliada por meio de seis esforços, separados por dez segundos de intervalo passivo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

1. Girard O, Mendez-Villanueva A, Bishop D. Repeated-sprint ability – Part I. Sports Med. 2011;41(8):673-694.
2. Glaister M. Multiple sprint work – physiological responses, mechanisms of fatigue and the influence of aerobic fitness.
Sports Med. 2005;35(9):757-777.
3. Andrade VLd, Kalva-Filho CA, Zagatto AM, Kaminagakura EI, Papoti M, Santiago PRP. Influence of aerobic fitness
in running anaerobic sprint test (RAST). Motriz. 2013;19(3):1-7.
4. Gharbi Z, Dardouri W, Haj-Sassi R, Chamari K, Souissi N. Aerobic and anaerobic determinants of repeated sprint
ability in team sports athletes. Biol Sport. 2015;32(3):207–212.
5. Kalva-Filho CA, Loures JP, Franco VH, Kaminagakura EI, Zagatto AM, Papoti M. Correlações entre parâmetros
aeróbios e desempenho em esforços intermitentes de alta intensidade. Motriz. 2013;19(2):306-312.
6. Baldi M, Da Silva J, Buzachera C, Castagna C, Guglielmo L. Repeated sprint ability in soccer players: Associations
with physiological and neuromuscular factors. J Phys Fit Sports Med. 2016;57(2):26-32.
7. Edge J, Bishop D, Goodman C, Dawson B. Effects of high-and moderate-intensity training on metabolism and repeated
sprints. Med Sci Sports Exerc. 2005;37(11):1975-1982.
8. McGinley C, Bishop DJ. Influence of training intensity on adaptations in acid/base transport proteins, muscle buffer capacity, and repeated-sprint ability in active men. J Appl Physiol. 2016;121(6):1290-1305.
9. Buchheit M, Ufland P. Effect of endurance training on performance and muscle reoxygenation rate during repeated-
-sprint running. Eur J Appl Physiol. 2011;111(2):293-301.
10. Glaister M, Stone MH, Stewart AM, Hughes MG, Moir GL. The influence of endurance training on multiple sprint
cycling performance. J Strength Cond Res. 2007;21(2):606-612.
11. Bassett DR, Howley ET. Limiting factors for maximum oxygen uptake and determinants of endurance performance.
Med Sci Sports Exerc. 2000;32(1):70-84.
12. Spencer M, Bishop D, Dawson B, Goodman C. Physiological and metabolic responses of repeated-sprint activities.
Sports Med. 2005;35(12):1025-2044.
13. Billat V, Sirvent P, Koralsztein J, Mercier J. The concept of maximal lactate steady state: A bridge between biochemistry,
physiology and sports science. Sport Med. 2003;33(6):407-426.
14. Hydren JR, Cohen BS. Current scientific evidence for a polarized cardiovascular endurance training model. J Strength
Cond Res. 2015;29(12):3523-3530.
15. Stöggl T, Sperlich B. Polarized training has greater impact on key endurance variables than threshold, high intensity,
or high volume training. Front Physiol. 2014;5:33.
16. Heck H, Mader A, Hess G, Mücke S, Müller R, Hollmann W. Justification of the 4-mmol/l lactate threshold. Int J
Sports Med. 1985;6(3):117-130.
17. De Andrade VL, Pereira Santiago PR, Kalva Filho CA, Zapaterra Campos E, Papoti M. Reproducibility of Running
Anaerobic Sprint Test for soccer players. J Phys Fit Sports Med. 2016;56(1-2):34-38.
18. Zagatto AM, Beck WR, Gobatto CA. Validity of the running anaerobic sprint test for assessing anaerobic power and
predicting short-distance performances. J Strength Cond Res. 2009;23(6):1820-1827.
19. Cohen J. Statistical power analysis for the behavioral sciences. Hillsdale: Lawrence Earlbaum Associates; 1988. p. 20-
26.
20. Edge J, Bishop D, Goodman C. The effects of training intensity on muscle buffer capacity in females. Eur J Appl
Physiol. 2006;96(1):97-105.
21. Muñoz I, Seiler S, Bautista J, España J, Larumbe E, Esteve-Lanao J. Does polarized training improve performance in
recreational runners? Int J Sports Physiol Perform. 2014;9(2):265-272.
22. Weston AR, Myburgh KH, Lindsay FH, Dennis SC, Noakes TD, Hawley JA. Skeletal muscle buffering capacity and
endurance performance after high-intensity interval training by well-trained cyclists. Eur J Appl Physiol Occup Physiol.
1996;75(1):7-13.
23. Milioni F, Zagatto AM, Barbieri R, Andrade V, dos Santos JW, Gobatto CA, et al. Energy systems contribution in the
running-based anaerobic sprint test. Int J Sports Med. 2017;38(3):226-232.

Downloads

Publicado

2020-11-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

As adaptações na capacidade aeróbia não são transferidas para a capacidade de sprints repetitivos. (2020). Revista Brasileira De Educação Física E Esporte, 34(3), 365-372. https://doi.org/10.11606/1807-5509202000030365